Conselho de Segurança começa trabalho para diminuir trotes telefônicos na PM e bombeiros

Se depender do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Paranavaí, os trotes telefônicos contra a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão com os dias contados. Um estagiário começou a fazer levantamento dos telefones utilizados nesse tipo de brincadeira.
Nos dois primeiros dias o estagiário Evandro Wellington de Oliveira, já identificou que os trotes acontecem com mais frequência nos horários em que os alunos entram e saem das escolas. Normalmente as ligações são feitas de telefones públicos.
“Em um dia no Corpo de Bombeiros foram oito ligações recebidas. Dessas, seis eram trotes e as pessoas ficaram mudas. Na Polícia Militar foram sete ligações que as pessoas não falaram nada”, comentou o estagiário.
CCS – O presidente do CCS, Cláudio Miguel de Souza, informou que a necessidade desse estudo surgiu depois que conversou com autoridades para tentar agilizar o atendimento telefônico dessas unidades militares. Ele foi informado que cerca de 60% das ligações recebidas são trotes ou telefonemas em que as pessoas ficam quietas e “seguram a linha”.
A ideia do presidente é fazer contatos telefônicos com os números identificados e explicar o mal provocado pela atitude. Caso a ação não surta efeito, um mapeamento será feito com os locais dos telefones e os horários que são usados pelas crianças. Equipes ficarão de campana nesses locais com o objetivo de realizar a detenção dos infratores.
“Num primeiro momento estaremos fazendo esse levantamento. Em seguida retornaremos as ligações. Uma terceira etapa será ir até os colégios fazer palestras e explicar as consequências dessa brincadeira. Se mesmo assim persistirem os trotes, iremos agir com mais rigor e enquadrar os infratores na Lei. Para isso, já conversamos com representantes do Poder Judiciário”, comentou Souza.
O presidente do CCS explicou que no caso de trotes em que as pessoas ligam e falam palavrões, a pena pode variar de um a cinco anos. Já nos casos de ligar e não falar nada a pena pode ser de um a seis meses de detenção e multas.
AGILIDADE – O comandante dos bombeiros de Paranavaí, tenente César Perdoncini, elogiou a ação do CCS e comentou que esse trabalho é necessário e pode evitar tragédias. “Com a diminuição dos trotes, poderemos atender com mais agilidade as ocorrências”.
Perdoncini explicou que há um telefonista por plantão. Esse profissional é responsável pela triagem antes de encaminhar as equipes para atender as ocorrências nas ruas. O comandante falou que é comum alguém estar passando trote e o telefone tocar para uma ocorrência real.
O responsável pela seção de Comunicação Social do 8º Batalhão da Polícia Militar (8º BPM), tenente Ricardo Cesar Gral, também ressaltou os benefícios da ação promovida pelo CCS. O oficial disse que nos horários de pico três policiais ficam no atendimento telefônico.
Mesmo assim, ele afirmou que os trotes atrapalham o atendimento da população que de fato necessita de segurança. “A ideia de fazer esse levantamento é interessante e deverá contribuir para um melhor atendimento a população”.