Secretário diz que objetivo da fiscalização eletrônica é educativo, e não arrecadatório

Entre dezembro de 2004 e dezembro de 2013, a frota de veículos no município de Paranavaí teve 90% de aumento – passando de 29.188 veículos para 55.465, segundo o Detran. Isso significa, que a cidade tem um veículo para cada 1,54 habitante.
Para tentar controlar os reflexos negativos desse aumento no trânsito, que tem se tornado cada dia mais caótico e violento, o Poder Público tem lançado mão de algumas medidas, entre elas a fiscalização eletrônica da velocidade, informou a assessoria de imprensa da Prefeitura.
“Nossa cidade vive um momento de crescimento ímpar, jamais visto. Mas o crescimento, o progresso, também traz consigo algumas mazelas ao trânsito e, por consequência, a mobilidade urbana é um deles. […] O trânsito se torna mais voraz, o tempo se torna a razão de existir das pessoas, alguns minutos, supostamente ganhos com emprego de velocidade excessiva, são importantes, até o momento em que tragédias ‘evitáveis’ acontecem”, observa o secretário municipal de Proteção à Vida, Patrimônio Público e Trânsito, Wesley Izidoro Pereira.
O secretário afirmou que a municipalidade está fazendo o possível – “e até mesmo o impossível” – para minimizar o impacto do aumento do fluxo de veículos no trânsito e garantir a segurança da população.
“O sistema binário implantado, e que está em contínua expansão, alterou sobremaneira o trânsito, melhorando-o dia a dia, assim como a pavimentação e o recape da malha viária. Alguns munícipes falam que a mudança no trânsito em nossa cidade visa colaborar com a ‘indústria das multas’, mas para a nossa visão, só existe indústria de multa quando há infratores. Quem conduz dentro da lei não corre o risco de tomar multa. As velocidades máximas devem ser respeitas pela própria segurança das pessoas”, aponta Pereira.
E ele completa: “quando os homens são puros as leis são desnecessárias; quando são corruptos, são inúteis”, parafraseando o ex-presidente dos Estados Unidos, Thomas Jeferson.
Segundo o secretário, não é interessante para a Ditran, ou para qualquer outro órgão público, arrecadar dinheiro com as multas. “Pelo contrário. Interessante seria se todos respeitassem a legislação vigente, porque desta forma haveriam menos acidentes de trânsito e, consequentemente, uma grande economia para o setor da saúde pública que deixaria de gastar milhões todos os anos para atender as vítimas do trânsito, sem falar no número de leitos que ficariam livres para outras demandas”, ressalta.
Além da redução comprovada no número de acidentes de trânsito – 27% a menos em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Polícia Militar -, o secretário destaca que também é importante levar em conta a quantidade de acidentes que são evitados graças à redução da velocidade, fruto da conscientização dos motoristas.
“Esse é um dado impossível de ser quantificado, mas nós já percebemos a mudança de comportamento de muitos motoristas. Prova disso, é que quando iniciamos a fiscalização eletrônica, em outubro de 2012, constatamos que em 90% dos pontos onde o radar foi utilizado os motoristas excediam a velocidade entre 20 e 50%, o que é considerado uma infração grave. Hoje, os motoristas que excedem a velocidade em 20% ou mais – infração considerada grave e gravíssima – representam 23% do total, uma diminuição que, apesar de não ser a desejada, já demonstra a conscientização de alguns motoristas”, comenta.
Tendo como tema “A vida na preferencial”, Wesley afirma que sua equipe continuará trabalhando diuturnamente e que o radar é peça fundamental nesta política de valorização da vida, como ocorre em todas as grandes cidades.