Apresentação de Gareca é marcada por dificuldades com idioma e bom humor

O argentino Ricardo Gareca, novo técnico do Palmeiras, mostrou, ontem, que, além do estilo para se vestir, tem, também, bom humor.
Com dificuldade para entender português, o técnico pediu muitas vezes para que algumas perguntas fossem reformulados ou feitas mais lentamente.
E negou-se, com sorriso no rosto, a comentar os muitos sósias que atribuíram a eles nos últimos dias, como os roqueiro Iggy Pop, Rod Stewart e o cantor brasileiro Odair José.
"É, eu fiquei sabendo de alguns apelidos que me deram. Não vou falar disso, não", afirmou.
Gareca também negou que não goste da cor verde, como é comentado pela imprensa argentina.
"Não, isso é falso. Se fosse verdade, eu não estaria no Palmeiras", disse.
Afirmando estar preparado para assumir o clube paulista, o técnico afirmou saber que há pressão por vitórias no clube.
"Aqui, como no Vélez, é preciso vencer. Espero que isso aconteça aqui", disse. "Não é comum um argentino ser técnico estrangeiro no Campeonato Brasileiro. Mas não estou aqui de improviso. Tenho 20 anos de experiência como técnico", completou.
Mais uma vez, no entanto, Gareca demonstrou conhecer pouco do Palmeiras. "O que sei, sei de assistir. Conheço o time do Felipão, que ganhou a Libertadores. Mas vou aprender muito aqui com o tempo", disse.
REFORÇOS – O técnico argentino Ricardo Gareca recebeu do presidente Paulo Nobre uma camisa 9 do clube com seu nome. Mais importante do que isso, porém, foi a promessa que ele recebeu antes da entrevista coletiva, também de Nobre: o time terá reforços.
"Não sei quando, não sei quantos, mas o Palmeiras vai ter mais jogadores no elenco. O Paulo [Nobre] me prometeu", afirmou, sem dar pistas de quem poderiam ser os reforços.
Um deles, no entanto, já está definido. Trata-se do zagueiro Fernando Tobio, do Vélez Sarsfield, ex-clube do técnico.
Gareca, que só vai estrear no cargo após a pausa para a disputa da Copa do Mundo, entre junho e julho, assinou contrato por um ano -tempo que ele considera suficiente para desenvolver um bom trabalho no clube. E afirmou não trazer nada de novo ao time. Apenas, sua vontade de vencer.
"Não tenho nenhum segredo. Tenho apenas uma vontade grande de vencer, trabalhar e entrar na história do Palmeiras, que é maior do que a minha. O futebol brasileiro está acima do argentino e venho aprender", afirmou.
"O Brasil tem grandes técnicos. Admiro muito o Felipão, o Luxemburgo, o [Muricy] Ramalho e o Tite", disse. O plano do técnico é acompanhar todos os jogos do time até a nona rodada, quando o clube alviverde enfrentará o Grêmio.