Conto do bilhete. Os detalhes de um crime em Paranavaí
Na edição de ontem, o Diário do Noroeste publicou matéria sobre mais uma vítima do conhecido conto do bilhete premiado, ocorrido no dia anterior, por volta de 12h30, no centro de Paranavaí.
Alguns detalhes da história chamam a atenção. O primeiro é o dinheiro levado pelos golpistas, R$ 13.600,00, além de um telefone celular.
Pouco depois da ocorrência, a vítima pediu ajuda da Polícia Militar na Rua Minas Gerais. Então, contou que transitava pela Rua Getúlio Vargas, perto da Prefeitura, quando foi abordada por um homem.
O golpista disse que tinha um prêmio de loteria e solicitou ajuda sobre como teria que fazer. Neste momento, relata a vítima, se aproximou outro homem, que se apresentou como advogado e que também iria auxiliar no resgate do prêmio.
Foi então que houve a “manjada” conversa do primeiro golpista, argumentando que precisaria de um adiantamento, como garantia de que não seria lesado.
A mulher, 59 anos, foi em duas agências bancárias, sacando R$ 7 mil e R$ 6.600,00, passando o valor para a dupla de estelionatários. Ela relata que na sequência passaram a dar voltas de carro pelo centro da cidade.
A vítima afirma que percebeu tratar-se de um golpe e então pediu para descer do carro. Trata-se de um veículo sedan quatro portas, de cor prata, placas de Cianorte. Até a tarde de ontem não havia pistas.
Diante dessa ocorrência, a Polícia Militar orienta as pessoas a rejeitar qualquer promessa de ganho fora da realidade. Também nunca devem pedir ajuda para estranhos em agências bancárias. Neste caso, o ideal é procurar um funcionário conhecido ou devidamente identificado.
GOLPES MAIS APLICADOS – Em consequência desse caso, a Polícia Militar divulgou uma relação dos golpes mais comuns no país.
BILHETE PREMIADO – Caso apareça alguém com um bilhete de loteria premiado, desconfie. É um golpe. O golpista diz que está precisando de dinheiro de maneira rápida, e, com a ajuda de outras pessoas (também estelionatários), enganam a vítima. A vítima dá uma quantia em dinheiro e fica com o suposto bilhete, que de premiado não tem nada.
TORPEDO PREMIADO – A vítima recebe torpedos SMS (mensagens via celular) informando que ganhou um prêmio. Ela entra em contato com o número e acaba colocando crédito para algum número de celular ou mesmo depositando dinheiro em determinada conta. Os estelionatários também usam nomes de programas de televisão para enganar as vítimas.
FALSO SEQUESTRO – A vítima recebe uma ligação no seu celular. Do outro lado da linha alguém diz que está em poder de seu filho(a) e exige dinheiro para libertá-lo(a). A pessoa não pode se apavorar, devendo fazer contato com a suposta vítima do sequestro. Outra dica: peça para o "sequestrador" perguntar ao "sequestrado" algo que só ele saiba, como o nome do seu cachorro, o número do seu celular, time de futebol preferido.
CARRO QUEBRADO – O estelionatário se passa por parente ou conhecido da vítima, dizendo que está com o carro quebrado e que precisa de dinheiro para o guincho ou para pagar o mecânico. Acreditando que o parente ou conhecido está com dificuldades, realiza o depósito bancário ou ainda coloca crédito de celular para supostamente realizar contato com a seguradora.
ENVELOPE VAZIO – Típico golpe realizado em transações comerciais, como na compra e venda de produtos. Exemplo: carros e celulares. O estelionatário faz a compra de determinado produto, realizando o pagamento via depósito em um envelope sem o dinheiro. Ele apresenta o comprovante de pagamento, a vítima entrega o produto, descobrindo mais tarde que sofreu um golpe, pois o envelope estava vazio. Dica para não cair neste golpe: confirme junto ao banco se o valor depositado foi devidamente descontado ou se está bloqueado. Se estiver bloqueado, trata-se de golpe.
CONFIRMAÇÃO DE DADOS – O estelionatário liga para a vítima se passando por funcionário de determinada empresa, dizendo que precisa que a vítima confirme alguns dados para fins de atualização do sistema. A vítima passa os dados e o estelionatário os utiliza para transações comerciais em nome da vítima. Dica para não cair neste golpe: nunca passe seus dados por telefone.
FALSA CASA DA PRAIA – Típico golpe realizado no final de ano. O estelionatário coloca um anúncio em algum site, ofertando uma casa para alugar na praia, colocando as fotos e um preço atrativo. A vítima entra em contato com o estelionatário, dá uma entrada (sinal) e depois o estelionatário some. Dica para não cair neste golpe: não alugue um imóvel de uma pessoa que não é profissional na área (corretor de imóveis).
GINCANA DE PROGRAMAS DE TV – Geralmente cometido por detentos de dentro de presídios com o objetivo de arrecadar créditos de celular. Neste golpe, o criminoso envia uma mensagem de texto dizendo que a pessoa acabou de ganhar, um carro, uma casa ou algum eletrodoméstico e que para receber o bem, basta seguir as instruções contidas na mensagem. Quando a vítima compra o crédito de celular, o golpista oferece novos prêmios em troca de mais créditos. A orientação neste caso é que as pessoas saibam que programas de televisão não realizam gincanas através do telefone nesses moldes.
PACOTE DE DINHEIRO – Os estelionatários observam a futura vítima sacando elevada quantia em dinheiro em um banco e a seguem. Um deles deixa propositadamente cair uma folha de cheque de alto valor ou um pacote de dinheiro falso, visando chamar a atenção da vítima. Um segundo estelionatário, aproxima e diz que também viu o acontecido e convence a vítima que os dois devem juntos devolver o dinheiro. Neste momento, o estelionatário descuidado se diz agradecido e oferece uma recompensa à vítima e ao comparsa, dizendo que eles deverão comparecer a um escritório, para receber a dita recompensa. O golpista vai receber a suposta recompensa e volta com uma boa quantia em dinheiro, despertando o interesse da vítima. Na sua vez de receber a recompensa, a vítima é orientada a deixar a sua bolsa e seus objetos pessoais, somente percebendo que foi vítima de um golpe quando os estelionatários já desapareceram.