Combate à dengue requer mudanças de comportamento da população

As pessoas insistem em manter velhos hábitos. As prefeituras encontram dificuldades para estabelecer ações eficazes de prevenção e combate. O resultado: a dengue continua avançando nos municípios do Noroeste do Paraná. Para se ter uma ideia, até a última sexta-feira, dez enfrentavam epidemia da doença.
Os números da 14ª Regional de Saúde são preocupantes. Foram 4.489 notificações de casos suspeitos de dengue, com 2.631 confirmações e 982 esperando resultados de exames laboratoriais. Outros 876 foram negativados.
Na avaliação do chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior, as epidemias estão cada vez mais longas. A explicação está no fato de que “falta cada um fazer a própria parte de forma adequada – cidadãos, empresários e poder público”.
Sordi Junior afirmou que o problema enfrentado pelos municípios da região é semelhante ao vivido no Nordeste do Brasil, onde a dengue se tornou uma doença endêmica, ou seja, há casos positivos registrados o ano todo, com surtos mais longos e tempo cada vez menor entre eles.
EPIDEMIA – Dos dez municípios com índice de dengue considerado epidêmico, três estão conseguindo reduzir o número de casos, mas o trabalho de pulverização do veneno contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, continua, com uso de bombas costais. São eles: Itaúna do Sul, Marilena e Nova Londrina.
Completam a lista: Alto Paraná, Diamante do Norte, Loanda, Porto Rico, Querência do Norte, Santo Antônio do Caiuá e Tamboara. Em parte deles, tem sido necessário utilizar o caminhão de pulverização do veneno, estratégia adotada em municípios que passam por situação epidêmica.
VÍRUS – De acordo com o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde, a maioria dos casos confirmados da doença em toda a região é decorrente do vírus tipo um.
Considerando o fato de que em 2013 cerca de 80% dos doentes foram contaminados pelo mesmo tipo de vírus, grande parte da população está imunizada (por um período que pode chegar a dez anos).
No entanto, é preciso considerar que outro vírus continua circulando pelos municípios da região, o quatro. Conforme esclareceu Sordi Junior, uma pessoa que teve dengue e é contaminada por outra tipologia da doença tem riscos muito maiores de desenvolver a dengue hemorrágica.