Hora-atividade melhora as aulas e a qualidade de vida dos professores
As informações são da Agência Estadual de Notícias.
O maior período para realizar atividades, como correção de provas e trabalhos dentro da escola, também aumentou a qualidade de vida dos professores, que agora têm mais tempo para se dedicar a outros afazeres.
Desde 2013, todos os professores da rede estadual do Paraná contam com 6 horas-atividade para cada 20 horas trabalhadas dentro das salas de aula. A maioria dos professores que trabalha nas escolas do Sudoeste leciona há mais de 15 anos e pegou a época em que não existia a hora-atividade nas escolas.
Todo o trabalho de preparação das aulas, correção de provas e trabalhos dos alunos, por exemplo, tinha que ser feito em casa. No período em que o professor poderia descansar e estudar para se aperfeiçoar na área em que leciona ou praticar atividades esportivas e de lazer, ele tinha que dar continuidade ao trabalho relacionado à escola.
No início dos anos 2000, começou a ser implantada a hora-atividade no Paraná. A cada 20 horas na sala de aula o professor tinha 4 horas-atividade. Desde 2011 esse tempo foi aumentado e chegou a 6 horas-atividades para 20 horas em sala de aula.
#IMG02PESQUISA E PREPARO – A professora Eliana Berft dá aulas há 29 anos. Ela leciona inglês no Colégio Estadual Rocha Pombo, em Capanema, e afirma que a hora-atividade é uma necessidade para os professores.
“Num total de 40 horas que trabalho, porque eu tenho dobra de padrão, eu tenho 12 horas-atividades e fico 28 horas em sala de aula. O período da hora-atividade é muito importante. Se não existisse a hora-atividade eu daria uma aula sem pesquisa, muito mal preparada, sem trocas de ideias com outros professores, troca de experiências”, afirmou Eliana.
A professora de biologia e ciências Patrícia Berticelli, colega de Eliana no Rocha Pombo, também pegou o tempo em que se trabalhava 40 horas-aula diretas dentro da sala de aula.
“Há 17 anos trabalho na escola e antes não existia a hora-atividade. Fazíamos tudo praticamente em casa, era muito difícil, desgastante e estressante. Agora temos o tempo na escola para corrigir, fazer provas, preparar a aula e separar o material. A qualidade das aulas ficou muito melhor com a hora-atividade, você tem um tempo para produzir provas mais elaboradas, fazer trabalhos diferenciados”, afirmou Patrícia.
QUALIDADE DE VIDA – Para a professora Solange Regina Pierosan, que dá aulas de inglês no Colégio Estadual Doze de Novembro, em Realeza, além de as aulas ficarem melhor, com a possibilidade de troca de informações entre os professores durante a hora-atividade, a qualidade de vida do professor também está melhor.
“Peguei a época de 40 horas dentro da sala de aula, era difícil, desgastante. A qualidade de vida do professor tem melhorado muito com as horas-atividades. Eu perdi a voz, tive afastamento, licença médica pelo desgaste nas salas. Hoje está mais tranquilo, bem melhor. Está melhorando bastante para os professores”, afirma Solange.
Com as horas-atividades que faz na escola, o professor de educação física Janir Cossetin encontrou mais tempo para realizar outras atividades em casa. Ele também afirma que a qualidade das aulas que leciona no Colégio Rocha Pombo melhorou após a implantação das horas-atividades.
“Eu tenho mais tempo de pesquisa, mais tempo para elaborar os meus trabalhos que vou aplicar em sala de aula. Em casa ganhei mais qualidade de vida, a gente dispensa um tempo a mais para nós em casa. A hora-atividade melhorou muito o nosso trabalho. Se a gente pensar em qualidade da educação essa foi uma solução encontrada para buscar essa melhora”, disse.
Aluno sai ganhando
Com o tempo que utiliza com a hora-atividade no Colégio Doze de Novembro, a professora de geografia Izabel Cristina Scalabrin consegue desenvolver metodologias diferenciadas para levar até a sala de aula. “Nós temos alunos nas salas de aula que são auditivos e outros que são mais visuais. Então aqui pode diversificar a metodologia do trabalho, porque há um tempo maior com a hora-atividade”, afirmou.
Izabel é mestre em geografia, doutora em educação e continua estudando. Não fossem as horas-atividades na escola em que trabalha ficaria com uma agenda difícil de ser cumprida.
“Conclui mais um grau em São Paulo e estou terminando um segundo doutorado no Rio de Janeiro. Então tenho saído bastante de casa nos fins de semana. Meu tempo de trabalho é durante a semana na escola e aqui tenho meu espaço de hora-atividade para diversificar e melhorar, porque o objetivo sempre é o processo de ensino aprendizagem. Quanto melhor ele for desempenhado pelo educador o educando é que vai sair no lucro”, afirmou.
A professora é enfática ao falar sobre os benefícios da hora-atividade. “Temos um intercâmbio com as diversas disciplinas da escola dentro da hora-atividade. Isso acaba se somando e o aluno é quem ganha com isso. São olhares diferentes sobre um mesmo conteúdo. A hora-atividade é interessante, necessária, básica e faz a diferença no trabalho dos professores”, resumiu.