Sucessão deve ser encarada como processo natural na gestão de empresas familiares
CURITIBA – A Escola de Gestão da Indústria, do Sistema Fiep, abriu nesta sexta-feira (25) a primeira turma do curso de Governança e Sucessão para Empresas de Controle Familiar.
Realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo, e com a empresa de consultoria SBA Associados, a capacitação é voltada para industriais e seus herdeiros, com o objetivo de debater os desafios do processo de transição de comando em organizações familiares. Para especialistas que ministram o primeiro módulo do curso, o assunto ainda é tratado como uma espécie de tabu, mas deveria ser item obrigatório na gestão das empresas.
O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, que abriu oficialmente a programação, afirmou que a ideia do curso surgiu da preocupação de empresários integrantes da diretoria da entidade e de presidentes de sindicatos industriais em relação à sucessão em suas empresas.
“As empresas familiares são aproximadamente 90% das empresas brasileiras e, na grande maioria delas, não existe nenhum processo para preparar a sucessão”, disse.
“Por isso a Escola de Gestão buscou parceiros com experiência no tema e oferece agora esse curso às indústrias do Paraná. Na questão da sucessão não existe uma receita de sucesso que possa valer para todas as empresas, mas podemos aprender com inúmeros cases bem ou mal sucedidos que serão apresentados ao longo do curso”, acrescentou.
PALESTRA – A aula inaugural do curso foi marcada por uma palestra do fundador e presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, Sérgio Mindlin, que é engenheiro, mestre em psicologia social e doutor em administração. Entre 1993 e 1996, Mindlin presidiu a Metal Leve, indústria de componentes automotivos que teve seu pai, o advogado José Mindlin, como um dos seis fundadores.
Criada em 1950, a empresa passou por um forte processo de expansão até o início dos anos 1990, quando chegou a ter 7 mil colaboradores em quatro unidades no Brasil e três nos Estados Unidos, além de dois centros de pesquisa tecnológica. Nessa época, a empresa passou por sérias dificuldades devido à abertura de mercado implantada pelo governo Fernando Collor.
Também começaram a surgir divergências na gestão da companhia, que já contava com a presença de herdeiros dos fundadores em cargos executivos ou no conselho administrativo. “A Metal Leve foi uma empresa inovadora e aguerrida mas, em 1996, fundadores e herdeiros chegaram à conclusão de que não dava para continuar e a venderam para um grupo alemão”, contou Mindlin. Para ele, a falta de uma política clara de sucessão envolvendo as famílias dos fundadores pesou para o destino da Metal Leve.
“A cultura de preparar a sucessão familiar, com uma discussão aberta sobre o tema, não aconteceu na Metal Leve. Dentro de cada família podia haver conversas, mas não havia um processo estruturado, que explicasse a diferença entre o papel de sócio e de gestor. Em uma análise de quase 20 anos depois, foi o que impediu que as famílias continuassem como sócias”, declarou.
Realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo, e com a empresa de consultoria SBA Associados, a capacitação é voltada para industriais e seus herdeiros, com o objetivo de debater os desafios do processo de transição de comando em organizações familiares. Para especialistas que ministram o primeiro módulo do curso, o assunto ainda é tratado como uma espécie de tabu, mas deveria ser item obrigatório na gestão das empresas.
O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, que abriu oficialmente a programação, afirmou que a ideia do curso surgiu da preocupação de empresários integrantes da diretoria da entidade e de presidentes de sindicatos industriais em relação à sucessão em suas empresas.
“As empresas familiares são aproximadamente 90% das empresas brasileiras e, na grande maioria delas, não existe nenhum processo para preparar a sucessão”, disse.
“Por isso a Escola de Gestão buscou parceiros com experiência no tema e oferece agora esse curso às indústrias do Paraná. Na questão da sucessão não existe uma receita de sucesso que possa valer para todas as empresas, mas podemos aprender com inúmeros cases bem ou mal sucedidos que serão apresentados ao longo do curso”, acrescentou.
PALESTRA – A aula inaugural do curso foi marcada por uma palestra do fundador e presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, Sérgio Mindlin, que é engenheiro, mestre em psicologia social e doutor em administração. Entre 1993 e 1996, Mindlin presidiu a Metal Leve, indústria de componentes automotivos que teve seu pai, o advogado José Mindlin, como um dos seis fundadores.
Criada em 1950, a empresa passou por um forte processo de expansão até o início dos anos 1990, quando chegou a ter 7 mil colaboradores em quatro unidades no Brasil e três nos Estados Unidos, além de dois centros de pesquisa tecnológica. Nessa época, a empresa passou por sérias dificuldades devido à abertura de mercado implantada pelo governo Fernando Collor.
Também começaram a surgir divergências na gestão da companhia, que já contava com a presença de herdeiros dos fundadores em cargos executivos ou no conselho administrativo. “A Metal Leve foi uma empresa inovadora e aguerrida mas, em 1996, fundadores e herdeiros chegaram à conclusão de que não dava para continuar e a venderam para um grupo alemão”, contou Mindlin. Para ele, a falta de uma política clara de sucessão envolvendo as famílias dos fundadores pesou para o destino da Metal Leve.
“A cultura de preparar a sucessão familiar, com uma discussão aberta sobre o tema, não aconteceu na Metal Leve. Dentro de cada família podia haver conversas, mas não havia um processo estruturado, que explicasse a diferença entre o papel de sócio e de gestor. Em uma análise de quase 20 anos depois, foi o que impediu que as famílias continuassem como sócias”, declarou.