Conselho de Saúde quer que MP apure recusa de atendimento a pacientes do SUS

Conselheiros de Saúde de Paranavaí querem que o Ministério Público Federal (MPF) investigue dois casos de recusa de atendimento médico a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). As duas situações aconteceram no mês passado, sendo que uma delas gerou o registro de um boletim de ocorrência policial.
O assunto foi discutido em reunião realizada na tarde de ontem, quando o presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Waldur Trentini, desabafou: “O desrespeito à população é frequente”. As omissões de atendimento em questão foram no Núcleo Integrado de Saúde (NIS Central) e na Santa Casa.
Ele informou que em pouco mais de duas semanas, recebeu seis reclamações de omissão de atendimento e postura agressiva do médico. O profissional em questão seria o mesmo que se negou a receber um paciente no NIS Central, no mês passado.
SALÁRIOS – Os integrantes do CMS também pedirão apurações sobre a possibilidade de má aplicação do dinheiro público no pagamento de profissionais de saúde. O objetivo é saber se todos estão cumprindo corretamente suas cargas horárias de trabalho e se o pagamento de salários tem sido feito devidamente.
De acordo com Trentini, a intenção do Conselho Municipal de Saúde é tornar o sistema público de atendimento à saúde mais eficiente. “Trabalhamos para defender os interesses dos pacientes, por isso, queremos providências”.
ESPERA – A demora na prestação de consultas, exames e cirurgias também fez parte da pauta de discussões da reunião de ontem. Só para se ter uma ideia do tempo de espera dos pacientes, citaram o fato de haver mais de 1.200 consultas de ortopedia  cadastradas e que ainda não foram realizadas.
RECOMENDAÇÃO – Trentini falou, ainda, sobre uma recomendação feita pela Promotoria de Saúde ao secretário municipal de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, para que destitua a diretoria do Conselho Municipal de Saúde. O pedido estaria baseado no fato de alguns integrantes representarem entidades que não atuam diretamente com saúde.
A respeito do documento elaborado pela promotoria, o presidente do CMS disse que as duas entidades referidas receberam homologação do próprio secretário de Saúde, portanto, não haveria qualquer irregularidade. Segundo Trentini, o prazo para que Souza envie uma resposta é de 10 dias.