UTIs Neonatais dão segurança aos bebês prematuros e tranquilizam mães

Em fevereiro deste ano, Maurine Vasconcelos, 39, moradora de Paranavaí, no Noroeste do Estado, sentiu a preocupação de uma mãe que não consegue levar a gestação até o fim dos nove meses.
O filho nasceu prematuro, de sete meses, e precisou permanecer na incubadora da UTI neonatal para se fortalecer. “Antes eu achava que UTI era caso de morte, mas entendi que é para o bem do meu filho”, conta Maurine. “Sei que ele está bem, porque, devido a fraqueza, poderia pegar uma bactéria aqui fora”.
O nascimento do filho de Maurine fez parte dos 120 partos realizados, mensalmente, na Maternidade da Santa Casa de Paranavaí.
No ano passado, 78% dos atendimentos foram pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para reforçar a estrutura da Maternidade da Santa Casa, que atende a 28 municípios da região, o Governo do Estado adquiriu mais cinco incubadoras modernas, com respirador neonatal (específico para bebês abaixo de um quilo) e monitor multiparamédicos. Foi ampliado para 12 o número de leitos disponíveis.
As informações são da Agência Estadual de Notícias (ANPr).
A pequena Michaeli, filha de Gessica Cristina Alves de Oliveira (17), nasceu com 36 semanas e foi encaminhada para a Maternidade da Santa Casa de Paranavaí. “É importante porque eles recebem um atendimento melhor. Sair do hospital e ter que voltar depois com algum problema é assustador, então é melhor sair daqui bem”, disse Gessica.
NOROESTE – A melhoria em UTI neonatal em hospitais públicos e filantrópicos da região Noroeste, com novas incubadoras, envolveu a aquisição de 16 novos equipamentos. Os recursos são do Governo do Estado.
As instituições recebem repasses mensais pelo Programa de Apoio aos Hospitais Públicos e Filantrópicos (HospSus) e, também, para atuarem como referência dos programas Mãe Paranaense e Paraná Urgência.
De 2011 a 2013, o Governo do Estado adquiriu 61 incubadoras para hospitais públicos e filantrópicos de todo o Paraná, com investimentos de mais de R$1,34 milhão. Outras 30 serão adquiridas até o final de 2014.
UMUARAMA – A Maternidade do Hospital Norospar, de Umuarama, realiza em média 2.700 atendimentos por mês. A UTI Neonatal da unidade possui 50% de leitos para atendimento SUS e também recebeu cinco incubadoras novas em 2013, o que tranquilizou mães de 21 municípios da região.
O diretor da maternidade, Salim Rahal, explica que com a aquisição, houve um aumento de dez leitos, o que melhorou a resolutividade, diminuiu a mortalidade e já não é mais preciso transferir mães e bebês para hospitais de outras cidades, como Maringá e Curitiba.
“A Norospar estava pleiteando essas incubadoras há bastante tempo, porque é uma maternidade regional com uma demanda de 120 nascimentos por mês pelo SUS”, afirma o diretor.
Moradora de Alto Piquiri, a 42 quilômetros de Umuarama, Patrícia Lima dos Santos (17) fez o parto de gêmeos na maternidade do Norospar. Para ela, se não tivesse a incubadora, um dos bebês não sobreviveria. “Aqui ele está bem mais seguro e eu também me sinto mais segura. O menino é muito pequeno, não está mamando e por isso teve que ficar na incubadora”, diz ela.

MÃE PARANAENSE
De acordo com Márcia Huçulak, superintendente de atenção à saúde da Secretaria da Saúde do Paraná, a aquisição desses equipamentos é uma das ações da Rede Mãe Paranaense.
“Em 2012, foi identificado um déficit de leitos de UTI Neonatal nos hospitais prestadores de serviços públicos à saúde. A partir daí iniciou-se a compra desses aparelhos para garantir o índice de nascidos vivos no Estado”, explica.
“Essa pendência foi zerada em todo o Paraná, o que garante um atendimento de qualidade aos recém nascidos que necessitam de suporte da UTI Neonatal”, disse o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.
A Organização Mundial da Saúde, segundo a superintendente, exige dois leitos de UIT Neonatal para cada mil nascidos vivos. No Paraná, a taxa de nascimento é de 154 mil e o Estado possui 386 leitos, um número maior que a necessidade de 308 incubadoras para UTI Neonatal.