Reitor fala sobre projetos e necessidades da Unespar

O reitor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Antonio Carlos Aleixo, e o pró-reitor de Administração e Finanças, Rogério Ribeiro, se reuniram ontem com o diretor da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (Fafipa), Elias de Souza Junior. Na ocasião, trataram sobre assuntos administrativos e projetos para 2014.
Em entrevista ao Diário do Noroeste, Aleixo e Ribeiro falaram das atuais dificuldades enfrentadas pela Unespar, avaliaram as condições dos campi que compõem a instituição e explicaram por que o curso de Direito pode demorar para ser implantado em Paranavaí.
Para o reitor, os campi de Paranavaí e Apucarana são os mais bem organizados quando o assunto é estrutura física. Ambos têm espaço apropriado para abrigar os cursos que oferecem para a comunidade e possuem condições para ampliar as instalações. Em outras faculdades, as possibilidades de crescer são mínimas.
Em relação aos critérios acadêmicos, todos os campi se equiparam, porque cada um se sobressai em área distinta do conhecimento. A dificuldade para que tenham desempenhos semelhantes em todos os campos de atuação está na falta de recursos humanos.
Os cálculos de Aleixo apontam uma necessidade de contratar 300 agentes universitários e 300 professores. Mas, por enquanto, não há qualquer previsão de ampliação do quadro de profissionais. “Estamos pleiteando contratações para toda a Unespar”, disse o reitor.
No campus de Campo Mourão, por exemplo, são 44 agentes universitários. Em Paranavaí, 27. Apucarana tem 22. E União da Vitória, 12. A título de comparação cabe analisar o caso da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Foz do Iguaçu, que conta com 95 agentes universitários.
O pró-reitor de Administração e Finanças da Unespar fez uma avaliação preocupante sobre o déficit no quadro de funcionários. Segundo ele, os poucos professores que existem na instituição estão sobrecarregados com ensino, pesquisa e extensão.
Neste cenário, o risco de perder mais profissionais é grande. “Outras instituições oferecem melhores condições, por isso temos dificuldades para contratar. Além da necessidade de investir em recursos humanos, temos problemas estruturais”, ponderou Ribeiro.
REITORIA – A respeito da instalação da Reitoria da Unespar em Paranavaí, Aleixo disse que pretende implantar um modelo de gestão descentralizado, com os trabalhos sendo realizados dentro dos campi que integram a instituição, sem comprometer as decisões tomadas aqui.
Na opinião dele, os impactos econômicos e os resultados em favor do desenvolvimento de Paranavaí e região só serão percebidos em longo prazo e de forma indireta. A criação de novos cursos de pós-graduação, disse o reitor, seria mais vantajosa num cenário de crescimento regional.
2014 – Para este ano, Aleixo citou alguns projetos que poderão garantir melhorias para a Unespar. Um deles é a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, que seleciona candidatos a vagas de instituições públicas a partir das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Outra medida necessária é aumentar a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia o rendimento dos alunos de graduação. Também é preciso ampliar os programas de pós-graduação, intensificar as produções científicas e regulamentar todos os processos que antecedem o credenciamento da Unespar.
Sobre a implantação de novos cursos, entre os quais o de Direito, pleiteado em Paranavaí desde 2010, o reitor da Unespar disse que sem professores e com estrutura física insuficiente, fica impossível investir na ampliação de novas oportunidades para quem optar pela instituição para fazer um curso de graduação.