Médicos pedem demissão e atendimento na maternidade da Santa Casa pode ser afetado

Pelo menos 5 dos 12 médicos obstetras que trabalham na maternidade da Santa Casa de Paranavaí formalizaram pedidos de demissão, com afastamento a partir do dia 31 de dezembro. Isso pode afetar o serviço de maternidade comprado pelo município de Paranavaí, cujo contrato vence também na virada do ano. Uma solução passa por novas contratações de profissionais e melhorias salariais.
O presidente da Santa Casa, Renato Platz Guimarães, confirmou os pedidos de demissão, acrescentando que o hospital está tentando a contratação de novos profissionais.
Nesta semana, o administrador da Santa Casa, Héracles Arrais, estava em Curitiba tratando desse tema, entre outros assuntos. Não é um trabalho simples, adverte Guimarães. Há conversações ainda com profissionais de Maringá.
Platz Guimarães diz que a renovação do contrato com Paranavaí está condicionada ao preenchimento dos quadros de funcionários. Atualmente a Prefeitura de Paranavaí investe R$ 108 mil para manter o convênio, informa o secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza.
A Prefeitura admite uma revisão para além da correção monetária, totalizando em torno de R$ 115 mil. Além da questão salarial, os médicos demissionários têm observações sobre a jornada de trabalho, julgada excessiva.
Embora exista a preocupação com a situação, as partes não trabalham com outra hipótese que não seja a renovação do convênio, como dizem o secretário Arruda de Souza e o administrador do hospital, Héracles Arrais.
A maternidade chega a atender 10 partos em alguns dias, detalha o presidente da Santa Casa, Renato Guimarães.
A Santa Casa é uma instituição filantrópica e que presta serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde). É uma das grandes empresas da cidade, totalizando 460 funcionários. O administrador Arrais analisa que a situação é de equilíbrio, apesar do momento difícil por conta das despesas de final de ano e algumas questões trabalhistas.
Destaca ainda que o Governo do Estado é um grande parceiro, o que deixa a Santa Casa em situação boa, especialmente se comparada a outros hospitais com tais características de atendimento público. Em média, a Santa Casa destina de 65% a 80% da sua estrutura para atendimento público de saúde.
AJUDA DE TODOS – Essa situação de atender pelo SUS e de ser hospital filantrópico faz com que a Santa Casa precise da participação da comunidade. Uma das formas é através da Campanha Gotas de Solidariedade, que será lançada na próxima quarta-feira.
Através dela, é possível contribuir com valores mensais na conta de água. O dinheiro vai direto para o hospital, para auxiliar na sua missão de ser o maior hospital dos 28 municípios da região e o de maior resolutividade. Em outras palavras, todos os casos graves da região são atendidos na Santa Casa.