Grande público prestigia missa dos 60 anos da ordenação de Dom Rubens

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O domingo foi marcado pela missa de Ação de Graças pelos 60 anos de ordenação sacerdotal do bispo emérito de Paranavaí, Dom Rubens Augusto de Souza Espínola, 85 anos, celebrada na Catedral Maria Mãe da Igreja. Um grande público de toda a região compareceu. Alegria pelo ministério e agradecimento foram os tópicos destacados por Dom Rubens, que recebeu muitas felicitações.
A celebração, presidida pelo bispo diocesano Dom Geremias Steinmetz, contou com a participação de 12 dos 26 padres ordenados por Dom Rubens em 19 anos na administração da Igreja.
Dom Rubens citou algumas obras durante os pouco mais de 19 anos de trabalho. Uma delas foi a construção da Catedral Maria Mãe da Igreja, inaugurada em 15 de agosto de 1991. O Seminário Maria Mãe da Igreja, na Vila Operária é outro trabalho com a marca do religioso.
Ele também apresentou um poema que fez aos 18 anos, quando, nas suas palavras, consagrou a vida e a vocação a Nossa Senhora, Imaculada Conceição. O poema, escrito quando do ingresso no Seminário do Ipiranga – São Paulo – está impresso na lembrança distribuída aos participantes. Nas palavras de Dom Rubens, trata-se do “Hino de Gratidão”.
HISTÓRIA – Dom Rubens foi ordenado padre em 8 de dezembro de 1953 e bispo em 19 de março de 1981. Tomou posse em Paranavaí no dia 8 de dezembro de 1985, sucedendo a Dom Benjamin de Souza Gomes, que passou à condição de bispo emérito e faleceu em 17 de novembro de 1995.
Dom Rubens permaneceu na função até o dia 1º de fevereiro de 2004, quando se aposentou e foi empossado o bispo dom Sérgio Aparecido Colombo. Dom Sérgio foi nomeado para a Diocese de Bragança Paulista em 16 de setembro de 2009. O atual bispo de Paranavaí é Dom Geremias Steinmetz, empossado em abril de 2011.

Íntegra do poema

Nossa Senhora em minha vida

1. Quando por meus olhos inocentes
A luz pela primeira vez entrou
Por uma imagem bela e reluzente
Minha alminha cândida brilhou.

2. Quem era? Mãe de Jesus todos diziam;
Sua também, só que mora lá em cima…
E de meus dedos, um a um, os beijos iam
Em ondas de amor a face linda.

3. E eu conheci, a Virgem, que ditoso!
 Vi os encantos de seus olhos puros!
Ela olhou-me no riso esperançoso
Das estrelas que brilham no escuro.

4. Abraçou-me, fez meus sonhos de criança.
Foi a doce fada da minha meninice,
A casa de ouro da minha adolescência.
Sonho de berço… Miragem da velhice.

5. Agora, é na saudosa quadra da infância
Ninho de saudades… Despreocupada inocência…
Cantando Loas nos maios cheios de bonança,
Punha aos pés da Virgem as hotênsias.

6. Era de gosto ver o altar dourado,
E as luzes brilhando em fantasia!
O lindo vulto de estrela coroado
Aqueles terços rezados à porfia!

7. E quando brilhou no céu calmo da inocência
O sol bendito da Hóstia Consagrada!
Como anjo lindo a resplender essência,
Ela levou-me, nossas mãos estavam dadas!

8. Neste momento, entre todos os mais lindo,
Deu-me a hóstia e mostrou-me o sacrifício!
Comunhão! Receber Jesus de alegria rindo
Missa! Padre! Há de ser o meu ofício.

9. Mãe chorosa daquele primeiro pecado!
“Mater peccatorum” da primeira confissão!
Caiam de seus olhos em pérolas rasados,
Lágrimas da Virgem no meu coração.

10. Virgem das crianças, nunca te esqueço,
Com saudades infindas de tão doce aurora.
Tu eras meu anjo em nívea luz aceso,
Respirava o teu perfume a toda hora.

11. Adolescência, mar profundo infindo,
Revolvendo-se em ânsias infinitas
E ela, a musa, estava ali sorrindo,
Dourando as ondas, matizando as tintas.

12. Neste ardor de um ideal mais lindo,
Olhava os céus ardentes deste mundo.
Mas em breve anoitecer sumia tudo,
E só tu, estrela, ficava reluzindo.

13. Madona de Rafael, de Murilo, puríssima
Ideal de ânsias, de desejo, de amor…
Aspirações de mãe virginalíssima,
Força, virtude, sonho aberto em flor.

14.  Agora, na senda de um saber mais nobre
As impressões se vão, uma a uma, sepultando.
Era imaginação, mão era a vida,
Sonhos de fada que foram acabando…

15.  Mas, a luz daquela mãe bendita,
Foi de amor pra sempre consagrada!
Ela sempre alentou meu coração de vida,
No sei terno coração de fada.

16. A agora, teu nome bendito, eu tenho, Maria,
Eterno, na esplendente sarça da visão.
Gravado na lousa branca da Teologia,
Bordando em Ouro, no meu coração.

17. E eu te sei, terna e vera mãe do meu Senhor!
Minha mãe, entre as mulheres tu és bendita!
Subiste, em luz, de corpo e alma aos céus
Porque foste imaculadamente concebida.

18. Não, não foste um sonho, uma vívida ilusão!
Foste sim, a primavera, rindo em flores para o ar!
Foste a vara de Jessé, perfumada de unção,
A reflorir, a encantar, a amar.

19. Mas, um dia no futuro empunharei ditoso,
O cajado santo de pastor das Almas.
Que esperança! Levarei o meu rebanho em gozo
Para o céu Virginal do teu regaço.

20. Ah! Tu que me seguiste na trilha da existência,
Com a luz suave de teus olhos mansos,
Como uma flor nascida da tua essência,
Orvalhada à sombra de teu manto.

21. Continua sempre assim Mãe adorada,
A fascinar minha vida na miragem tua!
Meu astro, quero ver te em luz refrata,
Em manhã de sol, ou em tempestade crua.

22. E faz que eu seja, naquele dia derradeiro,
Quando exangue baixar à sepultura,
Meu corpo, uma flor do teu canteiro,
Minha alma, uma estrela nas mãos tuas.