Socorro de acidentados continua a ser feito pelo Corpo de Bombeiros
Em qualquer tipo de acidente (incluindo os de trânsito) ou de violência às vítimas, continuam a ser socorridas pelo Corpo de Bombeiros (através do telefone 193).
O esclarecimento foi feito ontem em entrevista na sede da unidade.
O comandante da unidade, tenente Cesar Perdoncini, explica que a regra vale apenas para Paranavaí, que já possui o serviço de resgate de acidentados feito pelo Corpo de Bombeiros há cerca de duas décadas.
Para as cidades da região, o serviço, até então inexistente ou feito de maneira improvisada, passa a ser prestado pelo SAMU, através das bases operacionais. Nestes casos, o atendimento de emergência é através do telefone 192.
A única exceção no socorro aos chamados traumas (males provocados por causas externas) ocorridos em Paranavaí, é no caso de vítimas de queimaduras. Sempre que houver uma pessoa com queimaduras, a chamada deverá ser direcionada para o SAMU (193) e não para o Corpo de Bombeiros (192).
A entrevista coletiva do tenente Perdoncini e do secretário de Saúde de Paranavaí, Agamenon Arruda de Souza, foi convocada para esclarecer o socorro às vítimas de traumas e outras dúvidas em relação às atribuições de cada serviço – SAMU e Bombeiros. Como lembra o oficial, há um protocolo assinado, detalhando as atribuições de cada serviço no socorro à comunidade.
CASOS CLÍNICOS – O secretário Agamenon Arruda de Souza esclarece que o SAMU vai atender em Paranavaí os chamados casos clínicos, ou seja, quando a pessoa passa mal por causas internas (infarto, AVC e outras ocorrências súbitas). Sempre que houver uma necessidade, o paranavaiense deve entrar em contato com o SAMU – via telefone 193.
Um médico, chamado regulador, vai atender a solicitação e classificar a gravidade. Desse contato vai depender o deslocamento ou não das equipes, podendo ser apenas socorristas ou até mesmo uma equipe completa com médico e suporte de UTI móvel.
Na maioria dos casos, 70% de acordo com informações do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná – CIUENP – são resolvidos por telefone, sem necessidade de deslocar equipes.
Perdoncini cita o exemplo prático de uma pessoa que sente dores de estômago e solicita ajuda. Pode ser que o médico indique que vá a uma unidade de saúde pelos próprios meios, dependendo da avaliação dos riscos. Se não há perigo eminente, o transporte pode ser feito por familiares.
O SAMU deve representar um desafogo no volume de serviços dos Bombeiros. No ano passado, por exemplo, a unidade atendeu cerca de 2.500 ocorrências, sendo 600 delas de pedido de socorro para casos clínicos. Essa demanda deve migrar para o SAMU, ou seja, redução de cerca de 20% dos atendimentos.
Secretário afirma que haverá um período de adaptação
Como se trata de algo recente, Arruda de Souza adverte que haverá um período de adaptação, inclusive por parte dos usuários. Da mesma forma, o serviço passará por essa fase de conhecimento. Ele adianta que tudo está funcionando conforme o planejado.
Cita alguns problemas de comunicação. No sábado, por exemplo, por causa de problemas na operadora, o telefone 192 deixou de funcionar das 8 às 17 horas. Também Perdoncini lembra que a comunicação entre os serviços (SAMU e Bombeiros) será feita via rádio. Porém, por enquanto ainda acontece por telefone.
Mesmo com o protocolo prevendo atribuições de cada serviço, o militar observa que será um trabalho em conjunto. Sempre que a demanda exigir, os serviços poderão atuar, independente das obrigações protocolares.
Ele ilustra com exemplos de chamadas de acidentes. Até então, quando havia duas chamadas simultâneas, a guarnição de incêndio se deslocava para atender acidentados, deixando uma lacuna em se houvesse fogo em propriedades ou mata. Agora, caso haja tal situação, o SAMU será acionado na segunda solicitação de acidentado, garantindo a permanência em plantão da equipe de combate a incêndio.
Samu engloba quatro regiões
A SAMU da Região Macronoroeste foi lançado na última sexta-feira com a presença do governador Beto Richa. Engloba quatro regiões – Umuarama, Campo Mourão, Cianorte e Paranavaí. É apontado como o maior do Brasil em termos territoriais e atende a mais de 1 milhão de pessoas.
Pela parceria, as atribuições serão divididas entre a União, Estado e municípios. Paranavaí, por exemplo, vai investir R$ 52 por mês. Já o Estado aplicará R$ 350 mil mensalmente, conforme disse o governador Richa na inauguração. O SAMU engloba 32 municípios.