Rogério Ceni iguala hoje marca de Pelé

São Paulo e Ponte Preta se enfrentam hoje à noite, no Morumbi, em partida cuja importância vai além da semifinal da Copa Sul-Americana.
Rogério Ceni, 40, jogará pela 1.116ª vez com a camisa tricolor e igualará o recorde mundial de jogos por um mesmo clube, que é de Pelé.
"Pelé é inigualável, não tem comparação", afirmou o goleiro e capitão são-paulino.
Pelo menos quanto à identificação com um time, não é o que pensa o Rei do Futebol.
"Acho que ele foi importante para o São Paulo como o Pelé para o Santos. E eu o admiro muito pelo exemplo de esportista que ele está sendo. Dentro e fora do campo", disse o ex-jogador à Folha de S.Paulo.
Assim como Pelé, Ceni dedicou praticamente toda sua carreira a um só clube e viveu seus tempos mais vitoriosos.
O eterno camisa 10 santista só vestiu outro uniforme, além do da seleção brasileira, em partidas oficiais após 18 anos no clube da Baixada e da primeira aposentadoria.
Pelé, bicampeão da Libertadores e Mundial pelo Santos, aceitou voltar a jogar futebol em 1975 e esticou a carreira por mais dois anos no New York Cosmos (EUA).
Já o goleiro chegou ao São Paulo em 1990, aos 17 anos, vindo do Sinop-MT. E nunca mais saiu do Morumbi – apesar de ter sido afastado em 2001, acusado de ter forjado proposta do Arsenal-ING.
Ao longo de 23 anos, conquistou 17 títulos oficiais. Entre eles, três Brasileiros consecutivos, duas Libertadores e dois Mundiais de Clubes.
As defesas históricas, os 113 gols marcados como goleiro-artilheiro e o discurso alinhado ao da diretoria o transformaram em ídolo. Ou melhor, mito, como os são-paulinos se referem a ele.
Ganhou um poder talvez inédito entre jogadores de futebol. Faz as preleções pré-jogo, tem canal direto com o presidente, já indicou reforços e diz que só no fim do ano irá informar a diretoria se continuará jogando em 2014.
"Tivemos grande craques, Leônidas, Canhoteiro e Raí, mas nosso maior ídolo é o Rogério. Como ídolo de uma torcida, dá pra compará-lo ao Pelé", disse o vice de futebol João Paulo de Jesus Lopes.
Mas, ao contrário do santista, Ceni é um jogador de clube. O goleiro disputou duas Copas e até foi campeão em 2002, mas sempre como reserva da seleção.

Sem festa
A comemoração pelo recorde do camisa 1 só será feita domingo, contra o Botafogo, no Morumbi, em partida de pouca relevância para o São Paulo no Brasileiro.
Afinal, o confronto de hoje, o primeiro da semifinal, vale muito. Tanto que não sobra espaço para uma festa.
O São Paulo quer vencer a Sul-Americana para não terminar o ano sem título e disputar a Libertadores em 2014.
Além disso, o clima para a partida ficou pesado depois de que o clube pressionou a Conmebol para tirar a partida de volta do Moisés Lucarelli, casa da Ponte Preta.
Mesmo com condições físicas normais, Luis Fabiano deve ficar no banco. Aloísio e Ademilson formam a provável dupla de ataque.

SÃO PAULO
Rogério; Paulo Miranda, Antônio Carlos, Rodrigo Caio e Reinaldo; Denilson, Maicon, Douglas e Ganso; Ademilson e Aloísio. Técnico: Muricy Ramalho
 
PONTE PRETA
Roberto; Artur, César, Ferrón e Uendel; Baraka, Fernando Bob, Fellipe Bastos e Adrianinho; Rildo e Leonardo. Técnico: Jorginho
 
Estádio: Morumbi, em São Paulo
Árbitro: Diego Abal (ARG)
 
Horário: 21h50