Calçadão: Ponto de referência e de manifestações

Hoje o DN nos Bairros falará sobre a Rua Souza Naves, na área central da cidade. A via possui algumas singularidades. Tem um “Calçadão” que é ponto de referência e local de manifestações populares e em sua extensão existem os mais variados tipos de comércios.
De um passado “glorioso”, hoje o Calçadão não vive seus melhores momentos. O local está envelhecido, sem bancos para o conforto do público e com buracos no calçamento, o que atrapalha a circulação de pedestres. Os candidatos e políticos de renomes, estadual e nacional já não têm mais o local como “rota obrigatória” para marcar presença na cidade.
BAR DA PEDRA – Por mais de 20 anos os irmãos Moacir e Cidalino Bianco foram donos do Bar da Pedra. Foi ponto de encontro de proprietários rurais e corretores. Quando um político de renome vinha na cidade tinha que, “obrigatoriamente”, tomar um cafezinho por lá.
Os irmãos lembram que o primeiro bar funcionou na esquina com a Rua Getúlio Vargas. O movimento no centro de Paranavaí era intenso e o Bar Central servia refeição para pessoas de toda a região.
“Naquela época não havia restaurantes na cidade. As pessoas da região faziam lá suas refeições. Diariamente eram espremidas oito caixas de laranja. Éramos quatro apenas para atender, fora o pessoal da cozinha”, lembra Cidalino.
Trabalhando há 42 anos no ramo, os irmãos se lembram das amizades que começaram naquele ponto comercial e que até hoje permanecem no “Bar do Moa”. “Eu e o Cidalino começamos nesse ramo em 1971. De lá para cá fizemos muitos amigos que até hoje são parceiros. Tenho saudade do Bar da Pedra. Por lá passaram ministros, senadores, governadores e deputados”, relembra Moacir.
BANCA TANAKA – A história do Calçadão é vivida há 22 anos pelos proprietários da Banca Tanaka. Rigorosamente todos os dias Edson Gomes da Silva e sua esposa Marinilda Tanaka abrem o estabelecimento de venda de jornais, revistas e livros.
O único local para sentar que existe fica na frente da banca. O banco serve de encontro para aposentados durante a semana. Nos finais de semana, o espaço é dividido por políticos e motociclistas.
Marinilda diz que o Calçadão já não tem o movimento de outrora, porém, pela localização central, continua sendo referência para manifestações. A comerciante disse que muitas pessoas da região são clientes dos estabelecimentos comerciais do entorno.
“Quando chega a época de campanha política o cenário se transforma. O espaço fica disputadíssimo. Além disso, aqui são realizadas várias manifestações públicas. É comum ter campanhas de saúde”, afirma a comerciante.
Edson lembra que nas manhãs de domingo o local ganha vida e que diversos políticos vão até o local comprar jornais e discutir temas atuais.
“Muitas pessoas ‘batem o cartão’ aqui nas manhãs de domingo. Falam sobre política, esporte e principalmente dos assuntos que estão sendo tema na cidade e no Brasil. Além disso, os ‘Amigos do Asfalto’ aqui se reúnem para falar de suas motos”, disse Edson.