Corregedor diz que presos vão voltar, promete segurança e pede reflexão
Segurança rigorosa, evitando qualquer contato (inclusive visual) dos presos com a comunidade.
Essa é a condição garantida pelo corregedor do Sistema Penal do Paraná, Joran Pinto Ribeiro, para a retomada do trabalho na indústria de tubos do Instituto das Águas, em Paranavaí, por parte de detentos do regime semiaberto. Ele também pede reflexão da sociedade, já que se trata de uma proposta de ressocialização. O corregedor esteve ontem em Paranavaí.
O caso do assédio dos presos a alunas da Escola Estadual Curitiba foi a notícia da semana na cidade, com repercussão nacional. A denúncia é que os detentos que trabalham no instituto estavam assediando adolescentes que estudam na Escola. Uma delas confirmou ter mantido relações sexuais com um dos suspeitos, o que configura violência contra incapaz (estupro presumido).
Por conta das denúncias, o trabalho dos detentos da Colônia Penal Industrial de Maringá, foi suspenso por 15 dias, devido a uma determinação da Secretaria de Justiça. Mas o trabalho será retomado, como em outras bases, afirmou o corregedor.
A mudança imediata é que dois agentes de cadeia pública farão a vigilância durante todo o tempo, inclusive no horário de almoço. Antes essa fiscalização era feita apenas por funcionários da empresa.
Além disso, o chefe dos agentes fará duas visitas diárias ao local do trabalho, sempre em horários alternados e sem aviso prévio. Outra medida de rigor é a inspeção semanal do diretor da Colônia Penal Industrial de Maringá, Dorival Bueno, e do diretor da Casa de Custódia de Maringá, Valdecir Glalik. Ambos acompanharam o corregedor na cidade ontem, inclusive numa visita ao prefeito Rogério Lorenzetti, no final da tarde.
Os presos são de Maringá, e vem todos os dias a Paranavaí prestarem serviço no Instituto das Águas, retornando à tarde.
Conforme disse Ribeiro, os presos não terão qualquer contato (nem mesmo visual) com a comunidade. Eles chegarão em ônibus direto na indústria e retornarão da mesma forma, sem contatos externos. Para garantir o isolamento, o muro será aumentado, ficando com altura de 2,5 metros. Hoje é baixo, permite o acesso à rua. A fábrica está localizada ao lado da escola.
Esses cuidados vão ao encontro das denúncias de moradores de que os presos circulavam livremente, indo a estabelecimentos comerciais, comprando cigarros e até cerveja. A presença deles gerava insegurança e expunha a situações como as constatadas com as adolescentes.
Outra medida importante anunciada pelo procurador é com relação ao perfil dos presos. Segundo ele, serão selecionados detentos mais velhos, com contato regular com a família. Ele lembrou que os homens que trabalhavam em Paranavaí não tinham histórico de violência sexual e nem de problemas na cadeia.
Os 16 presos que prestavam serviços na fábrica de tubos deixaram de trabalhar na quarta-feira, após a denúncia do Ministério Público Federal. Ribeiro confirmou que um dos suspeitos, acusado de manter relações sexuais com a adolescente, fugiu. Garantiu que será recapturado para responder pelo ato. Já o segundo suspeito está isolado, de volta ao regime fechado na Colônia Industrial.
O corregedor contestou a versão de que em janeiro deste ano um dos presos havia saído para participar de um assalto. O caso foi julgado e o detento absolvido. Ribeiro lembrou que houve várias provas de que o suspeito, agora inocentado, estava em seu local de trabalho.
Ribeiro se reuniu com autoridades e lideranças da cidade. Também levou cópias de documentos, parte da sua investigação para apurar eventuais responsabilidades no caso envolvendo presos e as adolescentes.
REFLEXÃO DA SOCIEDADE – Após relacionar as medidas, Ribeiro pediu reflexão por parte da comunidade. Lembra que no Brasil não existe prisão perpétua e nem pena de morte, portanto, resta ressocializar os detentos, pois retornarão ao convívio. Antes da opção do semiaberto, os detentos saíam do regime fechado direto para as ruas, sem adaptação. Agora, defende, eles passam por esse estágio.
Advogado com 44 anos de serviço público, Ribeiro adverte que a sociedade está sujeita a cometer delitos, podendo ser de qualquer família. Quando isso acontece, o desejo é de que o familiar retorne recuperado, o que só é possível com um sistema adequado.
Ele demonstra absoluta confiança na proposta. Ilustra com números, lembrando que no Paraná são cerca de dois mil detentos em regime semiaberto. Deste total, houve apenas um caso isolado, justifica, complementando que o trabalho dos presos é importante para o Estado, pois fabricam tubos que servem a todas as cidades.
Ainda sobre confiança, vai além, deixando os seus contatos para publicação, pedindo que a população faça denúncias diretamente ao corregedor – telefones (41) 3363-3734 – 3363-3806 – e-mail:corregedoria@depen.com.br. Ribeiro diz que até então não recebeu qualquer denúncia sobre problemas no semiaberto em Paranavaí.
O CASO – O procurador federal em Paranavaí, Raphael Otávio Bueno Santos, fez a denúncia na última terça-feira. Ele formalizou a partir de informações de moradores, que o procuraram relatando o trânsito livre de presos do semiaberto e do assédio às adolescentes. Bueno Santos fez palestras na escola mês passado.
Ainda na terça-feira uma mãe de aluna reclamou na escola que a sua filha estaria se relacionando com um dos presos. O caso foi parar na Delegacia de Polícia Civil e se tornou inquérito. As meninas confirmaram. Uma delas manteve relações sexuais. Os suspeitos prestaram depoimento e negaram os crimes.
Essa é a condição garantida pelo corregedor do Sistema Penal do Paraná, Joran Pinto Ribeiro, para a retomada do trabalho na indústria de tubos do Instituto das Águas, em Paranavaí, por parte de detentos do regime semiaberto. Ele também pede reflexão da sociedade, já que se trata de uma proposta de ressocialização. O corregedor esteve ontem em Paranavaí.
O caso do assédio dos presos a alunas da Escola Estadual Curitiba foi a notícia da semana na cidade, com repercussão nacional. A denúncia é que os detentos que trabalham no instituto estavam assediando adolescentes que estudam na Escola. Uma delas confirmou ter mantido relações sexuais com um dos suspeitos, o que configura violência contra incapaz (estupro presumido).
Por conta das denúncias, o trabalho dos detentos da Colônia Penal Industrial de Maringá, foi suspenso por 15 dias, devido a uma determinação da Secretaria de Justiça. Mas o trabalho será retomado, como em outras bases, afirmou o corregedor.
A mudança imediata é que dois agentes de cadeia pública farão a vigilância durante todo o tempo, inclusive no horário de almoço. Antes essa fiscalização era feita apenas por funcionários da empresa.
Além disso, o chefe dos agentes fará duas visitas diárias ao local do trabalho, sempre em horários alternados e sem aviso prévio. Outra medida de rigor é a inspeção semanal do diretor da Colônia Penal Industrial de Maringá, Dorival Bueno, e do diretor da Casa de Custódia de Maringá, Valdecir Glalik. Ambos acompanharam o corregedor na cidade ontem, inclusive numa visita ao prefeito Rogério Lorenzetti, no final da tarde.
Os presos são de Maringá, e vem todos os dias a Paranavaí prestarem serviço no Instituto das Águas, retornando à tarde.
Conforme disse Ribeiro, os presos não terão qualquer contato (nem mesmo visual) com a comunidade. Eles chegarão em ônibus direto na indústria e retornarão da mesma forma, sem contatos externos. Para garantir o isolamento, o muro será aumentado, ficando com altura de 2,5 metros. Hoje é baixo, permite o acesso à rua. A fábrica está localizada ao lado da escola.
Esses cuidados vão ao encontro das denúncias de moradores de que os presos circulavam livremente, indo a estabelecimentos comerciais, comprando cigarros e até cerveja. A presença deles gerava insegurança e expunha a situações como as constatadas com as adolescentes.
Outra medida importante anunciada pelo procurador é com relação ao perfil dos presos. Segundo ele, serão selecionados detentos mais velhos, com contato regular com a família. Ele lembrou que os homens que trabalhavam em Paranavaí não tinham histórico de violência sexual e nem de problemas na cadeia.
Os 16 presos que prestavam serviços na fábrica de tubos deixaram de trabalhar na quarta-feira, após a denúncia do Ministério Público Federal. Ribeiro confirmou que um dos suspeitos, acusado de manter relações sexuais com a adolescente, fugiu. Garantiu que será recapturado para responder pelo ato. Já o segundo suspeito está isolado, de volta ao regime fechado na Colônia Industrial.
O corregedor contestou a versão de que em janeiro deste ano um dos presos havia saído para participar de um assalto. O caso foi julgado e o detento absolvido. Ribeiro lembrou que houve várias provas de que o suspeito, agora inocentado, estava em seu local de trabalho.
Ribeiro se reuniu com autoridades e lideranças da cidade. Também levou cópias de documentos, parte da sua investigação para apurar eventuais responsabilidades no caso envolvendo presos e as adolescentes.
REFLEXÃO DA SOCIEDADE – Após relacionar as medidas, Ribeiro pediu reflexão por parte da comunidade. Lembra que no Brasil não existe prisão perpétua e nem pena de morte, portanto, resta ressocializar os detentos, pois retornarão ao convívio. Antes da opção do semiaberto, os detentos saíam do regime fechado direto para as ruas, sem adaptação. Agora, defende, eles passam por esse estágio.
Advogado com 44 anos de serviço público, Ribeiro adverte que a sociedade está sujeita a cometer delitos, podendo ser de qualquer família. Quando isso acontece, o desejo é de que o familiar retorne recuperado, o que só é possível com um sistema adequado.
Ele demonstra absoluta confiança na proposta. Ilustra com números, lembrando que no Paraná são cerca de dois mil detentos em regime semiaberto. Deste total, houve apenas um caso isolado, justifica, complementando que o trabalho dos presos é importante para o Estado, pois fabricam tubos que servem a todas as cidades.
Ainda sobre confiança, vai além, deixando os seus contatos para publicação, pedindo que a população faça denúncias diretamente ao corregedor – telefones (41) 3363-3734 – 3363-3806 – e-mail:corregedoria@depen.com.br. Ribeiro diz que até então não recebeu qualquer denúncia sobre problemas no semiaberto em Paranavaí.
O CASO – O procurador federal em Paranavaí, Raphael Otávio Bueno Santos, fez a denúncia na última terça-feira. Ele formalizou a partir de informações de moradores, que o procuraram relatando o trânsito livre de presos do semiaberto e do assédio às adolescentes. Bueno Santos fez palestras na escola mês passado.
Ainda na terça-feira uma mãe de aluna reclamou na escola que a sua filha estaria se relacionando com um dos presos. O caso foi parar na Delegacia de Polícia Civil e se tornou inquérito. As meninas confirmaram. Uma delas manteve relações sexuais. Os suspeitos prestaram depoimento e negaram os crimes.