Minipresídio completa oito meses de gestão compartilhada e um ano sem fugas

A administração do minipresídio de Paranavaí completou ontem oito meses de gestão compartilhada e um ano sem fugas. A guarda interna é realizada por carcereiros da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejus).
A administração é responsabilidade da chefia da 8ª SDP e a guarda externa continua sob a responsabilidade da Polícia Militar (8º BPM), ligados hierarquicamente à Secretaria de Segurança Pública (SESP).
Nesse período houve o registro de quatro tentativas de fugas, todas frustradas. A última fuga de presos do minipresídio de Paranavaí aconteceu no início do mês de setembro de 2012, quando ainda não existia o modelo de gestão. Na época, várias alterações na estrutura foram feitas para dar mais segurança.
Samuel José da Silva Moreira, chefe do Setor de Carceragem da 5ª Região (Maringá e região), disse que o aumento significativo de carcereiros (hoje 28, antes eram três policiais civis e dois auxiliares) foi essencial para dar segurança ao local.
O chefe do setor de carceragem explica que com esse número é possível fazer revista diária nas celas e verificar possíveis danos estruturais. Além disso, acontece uma “humanização” no atendimento dos presos, o que acaba contribuindo para evitar as fugas.
“A soma desses fatores trouxe segurança para a comunidade porque acabaram as fugas. Já os presos passaram a ter um tratamento penal. Hoje eles podem se beneficiar com plano de remissão da pena fazendo trabalhos artesanais. Estamos trabalhando para implantar algo voltado para a área de leitura”, afirmou Moreira.
Jean Carlos Machado Guimarães, responsável pela equipe de carcereiros em Paranavaí, afirma que outro ponto importante foi a atuação do juiz corregedor. “Mensalmente o juiz vem no minipresídio conversar com os presos e esclarecer dúvidas. Durante as visitas eles são atendidos pessoalmente. Além disso, o juiz promoveu revisão de processos e transferências de presos condenados”, disse Guimarães.
NÚMEROS – Na manhã de ontem o minipresídio tinha uma população carcerária de 200 pessoas (entre homens e mulheres). A estrutura construída nos anos 1980 era para abrigar 96 pessoas. A ideia era de que os presos aguardariam seus julgamentos e depois seriam transferidos para unidades prisionais para cumprir as penas.
Estatisticamente 50% dos presos já estão julgados e condenados e não deveriam permanecer na cadeia de Paranavaí. A solução para esse problema pode ser a construção de uma Penitenciária. Há dois anos o assunto chegou a ser discutido, porém houve pressão de setores da comunidade e o projeto foi engavetado.
No início deste ano o minipresídio chegou a bater recorde em sua população carcerária com 260 detentos. Com a revisão dos processos e a transferência de pessoas condenadas o número regrediu e se mantém, em média, na casa de 200 pessoas.