Assassinatos reforçam o flagelo das drogas e não apontam para crime organizado
Paranavaí viveu uma semana de terror com cinco homicídios, sendo quatro ligados ao consumo e ao tráfico de drogas. Mas, esses assassinatos não se referem a uma disputa do crime organizado, pelo contrário, as pessoas envolvidas são de baixo nível cultural e social informa a Polícia.
Outro dado que chama a atenção nesses casos de violência: as vítimas são jovens, com idades entre 21 e 34 anos.
Tal cenário leva a investigação policial a descartar situações como o chamado tribunal do crime. As mortes são, portanto, resultado de pequenas disputas, envolvendo sobretudo, usuários de drogas, especialmente crack, a mais perigosa que circula na cidade.
O delegado-chefe da 8ª SDP (Subdivisão Policial de Paranavaí), Osmir Ferreira Neves Junior, admite a possibilidade de os autores terem relações entre si, mas não como uma organização. Tanto que já está esclarecido o homicídio do casal do Jardim Simone, ocorrido durante a madrugada da última quinta-feira. O delegado aponta para autoria isolada.
O jovem, que confessou as mortes, teria se desentendido e atirado primeiro no homem. Depois, matou a mulher, grávida de cinco meses, não sem antes levar pertences, incluindo dinheiro. A arma do crime pertenceria ao homem assassinado, que recebeu quatro tiros na cabeça. A mulher foi atingida por dois tiros, também na cabeça.
O núcleo que envolve esse caso seria o único com algum nível de organização (não em relação ao autor), comenta o titular da SDP.
DETALHES CHOCANTES – Esses dois assassinatos têm detalhes chocantes. Além das vítimas fatais, duas crianças – uma de oito anos e outra com menos de dois anos – estavam na casa.
O mais velho saiu por duas vezes para buscar ajuda, conseguindo sucesso apenas na segunda vez, quando já havia amanhecido (manhã de quinta-feira). A tragédia, que teria ocorrido por volta das 4h, poderia ser maior, pois, o suspeito disse que não continuou a empreitada porque a arma foi descarregada, ou seja, acabou a munição.
RELAÇÃO ENTRE AS MORTES DOS JOVENS – A dinâmica dos outros dois homicídios (jovens ambos com 21 anos) sugere a possibilidade de relação. Tanto que a última vítima, encontrada morta na manhã de sexta-feira, teria dito a conhecidos que o rapaz assassinado na noite anterior havia morrido por engano, em seu lugar. A mãe dessa vítima deu entrevista para emissoras de rádio, anteontem, e confirmou que o filho era usuário de entorpecentes e que tentou tratamento por diversas vezes.
Mesmo com a frieza empregada nos assassinatos, o delegado Neves Junior afasta mais uma vez a tese de crime organizado. Ele reforça que são pessoas violentas, muitas vezes agindo na fase de abstinência ou sob efeito da droga. O rapaz, também de 21 anos, acusado dessas duas mortes, parecia desorientado.
Tanto que até por volta das 19 horas de sexta-feira, portanto quase 10 horas após a prisão, ainda estava sob efeito de drogas, não tendo condições de prestar depoimento com clareza. Quando da prisão, ele teria esboçado reação e confessado que a sua ideia inicial era morrer no confronto com os policiais. Desistiu por não ter coragem.
Apesar da influência das drogas, o rapaz deixou involuntariamente uma pista de possível relação entre as pessoas envolvidas nos assassinatos, embora sem coordenação nas ações.
Ele estava com cerca de 100 gramas de crack, que dificilmente teria recursos para comprar ou operar com o tráfico. A origem dessa substância é, portanto, determinante para ajudar entender os crimes. Pode estar no centro dos desdobramentos a partir da morte do casal. O rapaz, agora suspeito de duplo homicídio, é foragido da Colônia Penal. Segundo o delegado, tem pena longa para cumprir.
POSSÍVEL QUINTA VÍTIMA – Neste núcleo há possibilidade de que tenha havido mais uma vítima. Isso porque a Polícia tem informações de que um jovem estaria desaparecido. A possibilidade não tem confirmação da família.
Questionado sobre as armas usadas nos crimes, Neves Junior disse que a maioria é do Paraguai e chega a Paranavaí pela proximidade com o país vizinho. Ele acredita que o trabalho iniciado em Querência do Norte com várias apreensões poderá diminuir o acesso desses jovens às armas.
Outra origem é o furto de armas legalizadas, guardadas em residências e levadas em arrombamentos. Não há informações ou relação com as armas furtadas na semana passada do Fórum de Alto Paraná, quando foram levados 16 revólveres e uma pistola. As armas eram peças de processos.
DIFÍCIL PREVENÇÃO – O desarmamento em operações é a única forma de prevenir a matança. Isso porque, conforme o delegado, não é possível prever quando a violência vai eclodir nestes grupos, o que reduz a possibilidade de intervenção.
O delegado Neves Junior conclui destacando as operações conjuntas com a Polícia Militar. Ele avalia que elas têm sido determinantes para o sucesso de diversas ações. Cita como exemplo o trabalho de anteontem na região de Querência do Norte, quando foram apreendidas armas, cheques, um barco, duas motos, além de dinheiro e outros objetos (Operação Ilha Grande).
Outro dado que chama a atenção nesses casos de violência: as vítimas são jovens, com idades entre 21 e 34 anos.
Tal cenário leva a investigação policial a descartar situações como o chamado tribunal do crime. As mortes são, portanto, resultado de pequenas disputas, envolvendo sobretudo, usuários de drogas, especialmente crack, a mais perigosa que circula na cidade.
O delegado-chefe da 8ª SDP (Subdivisão Policial de Paranavaí), Osmir Ferreira Neves Junior, admite a possibilidade de os autores terem relações entre si, mas não como uma organização. Tanto que já está esclarecido o homicídio do casal do Jardim Simone, ocorrido durante a madrugada da última quinta-feira. O delegado aponta para autoria isolada.
O jovem, que confessou as mortes, teria se desentendido e atirado primeiro no homem. Depois, matou a mulher, grávida de cinco meses, não sem antes levar pertences, incluindo dinheiro. A arma do crime pertenceria ao homem assassinado, que recebeu quatro tiros na cabeça. A mulher foi atingida por dois tiros, também na cabeça.
O núcleo que envolve esse caso seria o único com algum nível de organização (não em relação ao autor), comenta o titular da SDP.
DETALHES CHOCANTES – Esses dois assassinatos têm detalhes chocantes. Além das vítimas fatais, duas crianças – uma de oito anos e outra com menos de dois anos – estavam na casa.
O mais velho saiu por duas vezes para buscar ajuda, conseguindo sucesso apenas na segunda vez, quando já havia amanhecido (manhã de quinta-feira). A tragédia, que teria ocorrido por volta das 4h, poderia ser maior, pois, o suspeito disse que não continuou a empreitada porque a arma foi descarregada, ou seja, acabou a munição.
RELAÇÃO ENTRE AS MORTES DOS JOVENS – A dinâmica dos outros dois homicídios (jovens ambos com 21 anos) sugere a possibilidade de relação. Tanto que a última vítima, encontrada morta na manhã de sexta-feira, teria dito a conhecidos que o rapaz assassinado na noite anterior havia morrido por engano, em seu lugar. A mãe dessa vítima deu entrevista para emissoras de rádio, anteontem, e confirmou que o filho era usuário de entorpecentes e que tentou tratamento por diversas vezes.
Mesmo com a frieza empregada nos assassinatos, o delegado Neves Junior afasta mais uma vez a tese de crime organizado. Ele reforça que são pessoas violentas, muitas vezes agindo na fase de abstinência ou sob efeito da droga. O rapaz, também de 21 anos, acusado dessas duas mortes, parecia desorientado.
Tanto que até por volta das 19 horas de sexta-feira, portanto quase 10 horas após a prisão, ainda estava sob efeito de drogas, não tendo condições de prestar depoimento com clareza. Quando da prisão, ele teria esboçado reação e confessado que a sua ideia inicial era morrer no confronto com os policiais. Desistiu por não ter coragem.
Apesar da influência das drogas, o rapaz deixou involuntariamente uma pista de possível relação entre as pessoas envolvidas nos assassinatos, embora sem coordenação nas ações.
Ele estava com cerca de 100 gramas de crack, que dificilmente teria recursos para comprar ou operar com o tráfico. A origem dessa substância é, portanto, determinante para ajudar entender os crimes. Pode estar no centro dos desdobramentos a partir da morte do casal. O rapaz, agora suspeito de duplo homicídio, é foragido da Colônia Penal. Segundo o delegado, tem pena longa para cumprir.
POSSÍVEL QUINTA VÍTIMA – Neste núcleo há possibilidade de que tenha havido mais uma vítima. Isso porque a Polícia tem informações de que um jovem estaria desaparecido. A possibilidade não tem confirmação da família.
Questionado sobre as armas usadas nos crimes, Neves Junior disse que a maioria é do Paraguai e chega a Paranavaí pela proximidade com o país vizinho. Ele acredita que o trabalho iniciado em Querência do Norte com várias apreensões poderá diminuir o acesso desses jovens às armas.
Outra origem é o furto de armas legalizadas, guardadas em residências e levadas em arrombamentos. Não há informações ou relação com as armas furtadas na semana passada do Fórum de Alto Paraná, quando foram levados 16 revólveres e uma pistola. As armas eram peças de processos.
DIFÍCIL PREVENÇÃO – O desarmamento em operações é a única forma de prevenir a matança. Isso porque, conforme o delegado, não é possível prever quando a violência vai eclodir nestes grupos, o que reduz a possibilidade de intervenção.
O delegado Neves Junior conclui destacando as operações conjuntas com a Polícia Militar. Ele avalia que elas têm sido determinantes para o sucesso de diversas ações. Cita como exemplo o trabalho de anteontem na região de Querência do Norte, quando foram apreendidas armas, cheques, um barco, duas motos, além de dinheiro e outros objetos (Operação Ilha Grande).