Dilma diz que país evita “maldição do petróleo”

RIO GRANDE (Folhapress) – A presidente Dilma Rousseff assinou ontem contratos para a construção de duas novas plataformas de petróleo no Rio Grande do Sul. Ela afirmou que o Brasil está preparado para não passar pelo fenômeno da "doença holandesa" –que ocorre quando um país tem grande entrada de recursos por causa da exploração de matérias-primas e acaba prejudicado pela valorização de sua moeda.
Dilma disse que a exploração do campo de Libra, que deve ser leiloado no próximo mês, vai gerar a demanda de construção de até mais 17 plataformas, o que, diz, vai consolidar a indústria naval.
"O Brasil chega ao descobrimento de petróleo com estágio avançado de sua indústria e com capacidade de fornecimento, o que permite que afastemos a chamada doença holandesa", disse.
Ela falou ainda que o Brasil está evitando "a maldição do petróleo" –quando o país explora o produto sem gerar ganhos de renda para a população.
"Não somos e não podemos ser um país que produz só o óleo bruto e que exporta empregos", afirmou. A cerimônia ocorreu em Porto Alegre.
Originalmente, o evento estava marcado para Rio Grande (litoral sul gaúcho), onde fica o polo naval, mas foi transferido devido ao mau tempo na cidade.
O ato também marcou a conclusão da plataforma P-55, montada no município gaúcho. A cidade também receberá a construção das duas novas plataformas que tiveram contratos assinados.
No evento, Dilma voltou a defender os investimentos na indústria naval, bandeira do governo desde o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), e disse que o país superou um "complexo de vira-lata" ao fazer por conta própria a montagem dos equipamentos.
A presidente citou que a conclusão desses trabalhos é mais rápida no Brasil do que no exterior.

Dilma defende reajuste para professores

Em meio a uma mobilização de professores estaduais no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff defendeu ontem, em Porto Alegre, o aumento da remuneração do magistério.
Ela fez a afirmação durante discurso sobre a destinação dos royalties do petróleo para a educação ao lado do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), que enfrenta constantes atritos com a categoria.
Dilma disse que a aplicação dessa verba no setor, já definida em lei, foi um dos "momentos mais importantes do país" e que é preciso buscar um padrão de remuneração "similar" ao dos países desenvolvidos.
"Temos que colocar [recursos] no pagamento melhor dos professores. Porque, sem isso, o Brasil não será uma nação desenvolvida", afirmou.
Os professores do Estado encerraram na sexta-feira passada uma greve de duas semanas por melhores salários. O pagamento do piso nacional do magistério é uma das principais polêmicas do governo Tarso.