Aluguel de geradores foi econômico, diz Pernambuco
A Secretaria da Copa em Pernambuco, uma das sedes que alugaram geradores para a Copa das Confederações, afirma que a contratação foi econômica e que não sabia que o Ministério Público Federal era contra o aluguel. A Folha de S.Paulo publicou anteontem que, na tentativa de agradar à Fifa, o governo federal e as cidades-sedes alugaram geradores para os estádios da Copa das Confederações com indícios de superfaturamento de até 4.000% nos preços. De acordo com a secretaria, o valor inicial era acima do contratado, o que mostrou a vantagem em contratar o serviço. "Verificou-se à época, como claro indício da vantagem econômica à adesão, que o preço inicial da licitação, especificamente para a sede do Recife, ter sido de R$ 1.672.466,35 e o valor final da contratação ter sido de R$ 759.00,00", disse a Secopa em nota. Com essa diferença de preço, diz a secretaria, Pernambuco concluiu que "a licitação realizada pelo Ministério do Esporte trazia vantagem financeira". Como a Folha de S.Paulo revelou, o Ministério do Esporte fez uma ata de registro de preço para o aluguel de geradores garantir energia durante a transmissão dos jogos. Com a ata, a pasta cotou os orçamentos para o aluguel dos geradores pelas seis cidades que abrigaram jogos do torneio, em junho deste ano. Pernambuco foi uma das sedes que aderiu à ata. Antes do evento, contudo, o serviço foi duplamente questionado. O Ministério Público Federal, que agora investiga o caso em inquérito, notificou antecipadamente o Esporte com parecer contra o serviço, por entender que seria um favorecimento à Fifa. Já a CGU (Controladoria-Geral da União), órgão do governo federal, encontrou indícios de superfaturamento de até 4.000% e "potencial de significativo dano". E diz que, mesmo com a redução de preços nos lances, o valor ficou acima dos preços de mercado. O parecer do Ministério Público Federal foi antes de Pernambuco aderir à ata. A sede, entretanto, afirma que não foi informada da recomendação dos procuradores. "A Secopa-PE nunca teve conhecimento de qualquer orientação ou crítica proferidas pelo Ministério Público Federal a respeito da licitação em comento", diz o órgão. A secretaria afirma que ficou sabendo do parecer pela Folha. Já em relação à CGU, Pernambuco também afirma que não foi informada ou notificado dos indícios de superfaturamento. A secretaria ressalva que o serviço contratado não se resumiu ao aluguel de geradores. "A Secopa não tem condições de confirmar o valor apontado para o aluguel de geradores, esclarecendo que o objeto da ata não era restrito apenas ao simples aluguel de geradores, albergando, na realidade, serviços completos em geração e distribuição de energia elétrica temporária, transmissão de Energia, cabeamento, logística, instalação, desmontagem, projeto de engenharia, mão de obra, entre outros".