Profissionais fazem avaliação positiva do mercado imobiliário em Paranavaí

Loteamentos e condomínios residenciais estão em alta. “Vendemos terrenos todos os dias”, diz o corretor de imóveis de Paranavaí Aldacir Araújo Chaves. Ele afirma que o momento é favorável para o mercado imobiliário e garante que o cenário deve se manter assim por mais alguns anos.
A avaliação positiva é recorrente entre os profissionais do setor. “O mercado está aquecido e as previsões são bastante otimistas”, ressalta Léo Bona. “A procura ainda é grande e a venda existe”, avalia Marina Fonseca.
Para marcar o Dia do Corretor de Imóveis, comemorado hoje, a equipe do Diário do Noroeste conversou com três pessoas que atuam no setor imobiliário. Elas falaram sobre as mudanças pelas quais o setor passou nos últimos anos e fizeram uma avaliação sobre o quadro atual.
As facilidades de acesso a linhas de crédito e os programas habitacionais foram os grandes responsáveis pelo crescimento do mercado imobiliário. Até 2011, os números foram surpreendentes e deixaram os profissionais animados.
“Quem pagava aluguel, passou a ter condições de financiar a compra de uma casa e pagar as prestações mensais”, aponta Bona. Segundo ele, o risco de uma crise imobiliária como a enfrentada pelos Estados Unidos em 2008 e 2009 nunca existiu no Brasil. “Lá as pessoas hipotecavam imóveis e usavam o dinheiro para outras finalidades. Aqui, estão investindo na compra da casa própria”.
Para Marina, a principal demanda está nas casas que custam até R$ 100 mil, principalmente aquelas financiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Para aproveitar as condições especiais de pagamento, é preciso que a família tenha renda mensal de três a dez salários mínimos. “Os apartamentos também estão caindo no gosto popular”, diz a corretora.
REDUÇÃO – Mas nos últimos meses houve queda nas negociações. Chaves calcula uma diferença de 30% em relação a 2011. “A procura está menor, por causa de mudanças no sistema de financiamento”. De acordo com ele, a Caixa Econômica Federal alterou os valores para a liberação do crédito, mexendo, inclusive no percentual garantido aos beneficiários.
Isso não significa, no entanto, desaquecimento. Apenas uma redução na demanda. A afirmação de Chaves vale para imóveis novos e usados, independentemente do valor. “O mercado está com o pé no freio, mas somente diminui a velocidade. Não parou”.
FUTURO – De qualquer forma, há otimismo. A avaliação de Bona é que a boa fase do setor imobiliário deverá se manter pelo menos por mais 20 anos, tanto para a compra de terrenos, casas e apartamentos, como para o aluguel.
Por causa disso, diz o corretor de imóveis, os profissionais estão buscando se capacitar cada vez mais. “Vemos um nível de profissionalização muito grande. A concorrência não é mais desleal como antigamente, e isso alavanca os negócios do setor”.
ORGANIZAÇÃO – A busca por soluções conjuntas para a solução de problemas levou o setor a se organizar. Com assessoria da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), os profissionais fundaram o Núcleo Setorial dos Corretores de Imóveis, que reúne 14 imobiliárias. O grupo conta com a Central de Negócios Imobiliários e realiza encontros regularmente para debater o mercado.