Ministro diz que não vai injetar dinheiro “na veia” das aéreas

Se o governo usar dinheiro para ajudar as companhias aéreas será de forma criteriosa, afirmou ontem o secretário da aviação civil, Moreira Franco, que se reuniu há dez dias com as quatro maiores empresas aéreas brasileiras para reivindicar ajuda diante da alta do dólar. O ministro afirmou que não haverá aporte direto do governo, e sinalizou com possibilidade de desoneração, o que deverá ser definido nos próximos 10 dias. O dólar impacta as empresas na compra de combustível e no leasing dos seus aviões, além de eventuais dívidas contraídas na moeda americana. "Não haverá aporte na veia (curso direto), isso não vai ter. Vamos analisar os pedidos junto com a Receita Federal e outros órgãos do governo para ver o que podemos fazer", disse. Segundo ele, empresas pediram entre outras coisas que se pratique no Brasil o preço internacional para o querosene de aviação vendido pela Petrobras. A Petrobras ajusta o preço do querosene de aviação quinzenalmente, ao contrário da gasolina e o diesel, cujos preços estão defasados em relação ao mercado internacional. Segundo o ministro, "é muito difícil que a ajuda as aéreas seja feita através dos combustíveis". Ele aguarda avaliações técnicas sobre outras reivindicações, como a extensão das isenções que são dadas ao transporte coletivo em áreas urbanas e a mesma isenção que é dada nas tarifas aeroportuária dos regionais para todos os aeroportos. Esses pleitos, segundo Franco, estão sendo analisados pelo Ministério da Fazenda e Tesouro Nacional. "O atendimento a esses pleitos não poderá se fazer à custa da maioria da população, será feito o que for razoável, o que for adequado", disse, lembrando que o governo já tomou medidas para ajudar empresas. "Ele (governo) já fez, ele já isentou a folha, criou o programa de aviação regional Franco anunciou que o início de novembro será publicado o edital para a licitação dos primeiros 45 aeroportos regionais de um pacote de 270 aeroportos que serão concedidos à iniciativa privada, seja para expansão ou modernização. Ele informou que no Brasil o número de passageiros cresceu 12% ao ano nos últimos dez anos, uma expansão que só perde para a China. De acordo com o ministro, o número de passageiros no Brasil vai pular de 100 milhões por ano hoje para 200 milhões em 2020.