Negligência e maus-tratos contra idosos aumentam em Paranavaí

Os casos de violência contra idosos estão aumentando cada vez mais, afirmou a secretária de Assistência Social de Paranavaí, Tasiane Cristina de Souza.
De janeiro a dezembro de 2017, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) atendeu 46 casos de violação de direitos da pessoa idosa em Paranavaí. De janeiro a maio deste ano, este número já é 10% maior: foram 51 casos de todos os tipos de violência contra idosos.
O número de agressões (violência física) dobrou: foram 4 casos atendidos pelo CREAS em todo o ano de 2017, e 8 apenas nos cinco primeiros meses deste ano. O maior número de casos ainda é o de negligência e maus-tratos. Em 2017 foram 28 atendimentos, enquanto este ano já foram registrados 32 casos.
Segundo Tasiane Cristina de Souza, a maneira como os idosos vêm sendo tratados nos últimos anos é preocupante. E são violências de todos os tipos.
A secretária cita exemplos: Física, com uso da força para machucar ou obrigar o idoso a fazer algo que não deseja; Violência psicológica, com agressões verbais e gestuais, que podem provocar a depressão ou fazer com que o idoso se torne agressivo; A financeira, quando há exploração dos bens do idoso sem o seu consentimento; A negligência, quando o idoso fica numa situação em que não é cuidado adequadamente; e o abandono.
“A violação de direitos contra os idosos acontece de diversas formas e em todas as faixas econômicas. Às vezes as pessoas esquecem que também vão envelhecer e precisar de cuidados”, destaca Tasiane Cristina de Souza.
A declaração da secretária foi feita na última sexta-feira, dia 15, Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa.
“Na maioria das vezes, a violação de direitos vem de pessoas da própria família ou próximas a eles. Filhos e netos são os primeiros autores de violência contra a pessoa idosa. Isso acontece por causa da proximidade, convivência, a falta de conhecimento sobre o envelhecimento, doenças que acometem os idosos, conflitos familiares, sobrecarga do cuidador informal e a falta de paciência daqueles que estão próximos”, afirmou.
“Vale destacar também que o abandono em instituições de longa permanência a falta de carinho, a pressão psicológica e o descaso são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas pela sociedade de uma forma geral. No entanto, todos precisam estar atentos a qualquer sinal de violação de direito”, frisa Tasiane.
Segundo a secretária, o aumento no número de denúncias realizadas através do Disque 100, Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos de Paranavaí, Ministério Público, CREAS, CRAS e outros órgãos públicos, chamam a atenção para a elaboração de mais políticas públicas voltadas a população idosa.
“O Estatuto do Idoso assegura que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Não podemos parar. É preciso união no combate à violência contra a pessoa idosa”, enfatiza.
E a população pode ajudar denunciando qualquer caso de violência contra a pessoa idosa. Se houver qualquer suspeita de violação de direitos dos idosos, basta ligar para o número 100. O Disque 100 é um serviço de utilidade pública da Secretaria de Direitos Humanos que repassa o atendimento do caso à autoridade competente. A ligação é gratuita e a identidade de quem faz a denúncia é completamente preservada.
Em Paranavaí, também é possível ligar diretamente para os seguintes números: Conselho Municipal do Idoso – (44) 3902-1132; CREAS – (44) 3902-1017; ou procurar o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) mais próximo e realizar a denúncia. (Com Ass./Pref.)