Diretor amplia crise ao criticar desempenho de Ceni

A crise vivida pelo São Paulo se tornou tão intensa que chegou onde parecia impossível: uma crítica pública de um membro da diretoria ao capitão e maior ídolo do time.
Quem bateu de frente com o goleiro Rogério Ceni foi o diretor de futebol Adalberto Baptista, apontado pela torcida como vilão do momento ruim do clube.
"Temos que analisar com cabeça fria o que o Rogério disse. Todos sabem que ele está perto de se aposentar e que gostaria de ganhar um título. E ele ainda tem uma lesão no pé, que dificulta seu ponto forte, a reposição de bola. Todos veem que ele está com essa deficiência, inclusive pela dor no pé".
A declaração do diretor foi uma resposta ao desabafo de Rogério após a derrota por 2 a 0 para o Corinthians, anteontem. Na ocasião, o goleiro disse que o São Paulo "parou no tempo" e que não tinha legado nenhum do último ano, período em que o time foi dirigido por Ney Franco.
Adalberto era o maior defensor na diretoria do técnico demitido na semana passada. Ney só durou 12 meses no cargo graças às suas interferências.
INFERIORIDADE – O maior jejum de vitórias do São Paulo em 26 anos fez os jogadores desabafarem sobre o momento ruim do clube.
O goleiro Rogério, o meia Ganso e o atacante Luis Fabiano, referências técnicas da equipe, deram entrevistas fortes após a derrota por 2 a 0 para o Corinthians. Foi a sexta derrota consecutiva do São Paulo e o nono jogo seguido sem vencer. A última vez que a equipe do Morumbi enfrentou um jejum de vitórias tão longo foi em 1987, antes da conquista do Paulista.
"O problema do São Paulo é grande no momento, mas não me sinto à vontade de falar quais são eles. Paramos um pouco no tempo, e os outros avançaram", afirmou o goleiro e capitão Rogério.
O atacante Luis Fabiano não ficou muito atrás e admitiu que já teme o risco do rebaixamento para a Série B do Brasileiro.
"Não tem como explicar, a gente não sabe como fazer. Já vimos muito time grande cair. Teve o exemplo do Palmeiras no ano passado, temos que reagir o mais rápido possível".
Já o meia Ganso preferiu focar as críticas em um setor específico, a defesa.
"Ele [técnico Paulo Autuori] tem muito trabalho, mesmo. Precisa, principalmente, melhorar o posicionamento da defesa", completou.