Citricultores da região buscam soluções para eliminar o greening

Agricultores de toda a região se reuniram ontem em Paranavaí para um evento organizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Em pauta, a prevenção, o controle e o combate do greening, doença que afeta 2% de toda a plantação de laranja do Noroeste do Estado.
Também conhecido como HLB, o greening é causado por bactérias que comprometem o crescimento das frutas e deixam as folhas da árvore afetada amareladas. Além da laranja, a doença é encontrada nas culturas de limão e tangerina.
De acordo com o presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, as regiões produtoras de laranja em São Paulo e nos Estados Unidos enfrentam um avanço significativo da doença. Como resultado, os agricultores amargam grandes prejuízos e veem a produção anual cair drasticamente.
Preocupadas com os efeitos econômicos que o avanço do greening no Paraná pode provocar, as autoridades querem conscientizar os citricultores sobre a necessidade de investir nos planos de manejo para prevenir o surgimento da doença. Também chamam a atenção para as técnicas para eliminar o inseto transmissor.
“Existem políticas públicas eficientes baseadas em pesquisas e amparadas pela legislação”, disse Kroetz. E apesar de a maioria dos citricultores do Paraná seguir as determinações legais, há os que ainda resistem. “O produtor não pode maquiar o pomar. A planta doente deve ser erradicada, porque a disseminação da doença é severa”.
O coordenador estadual da Área de Sanidade da Citricultura, José Croce Filho, ressaltou a importância de um trabalho sistemático de prevenção. “Quando todos fazem o combate ao mesmo tempo e de maneira organizada, o combate ao inseto vetor é eficaz”. E continuo: “Fazendo o controle, as chances de vencermos esta batalha são grandes”.
CRISE MUNDIAL – O presidente da Adapar falou sobre uma crise mundial na produção de laranja. Segundo ele, o setor enfrenta um colapso na Flórida (EUA) justamente por falta de políticas públicas efetivas. Desta forma, o Paraná vislumbra a possibilidade de ampliar o mercado consumidor em todo o mundo. “Estamos preparados para isso, mas não podemos baixar a guarda”, enfatizou Kroetz.
Na avaliação dele, o fato de o Paraná ter uma história relativamente recente na produção de laranja é favorável ao setor. “Estamos vendo onde os outros produtores erraram, por isso, sabemos como fazer da maneira correta. Só temos a ganhar com o combate ao greening”.