Convênio irá investir R$ 300 milhões na readequação de estradas no Noroeste

SÃO PEDRO DO IVAÍ – “O produtor tem feito a sua parte da porteira pra dentro e o governo agora fará a sua da porteira para fora, reduzindo custos de transporte da safra, tornando o produto mais competitivo”.
Esta foi uma das afirmações do governador Beto Richa durante o lançamento do Programa Caminhos do Desenvolvimento Sucroalcooleiro e a abertura oficial da safra nacional 2013/2014, na sexta-feira em São Pedro do Ivaí.
Serão investidos R$ 300 milhões, até 2016, numa parceria entre Estado e Alcopar, beneficiando 73 municípios do Noroeste e Norte Pioneiro, cuja produção canavieira tem forte impacto na economia e onde vivem cerca de 1,5 milhão de paranaenses. Vinte e cinco usinas e destilarias serão atendidas.
O convênio foi assinado na tarde da última sexta-feira na destilaria Renuka Vale do Ivaí, na cidade de São Pedro do Ivaí.
O programa tem como objetivo principal dar mais competitividade à produção paranaense, com a redução no custo do frete e agilidade no acesso às usinas. O Paraná é o quarto produtor de cana do país, com cerca de 610 mil hectares de área plantada e uma produção anual de aproximadamente 37 milhões de toneladas por ano.
“Temos uma grande dificuldade com a infraestrutura e a logística, o Programa Caminhos do Desenvolvimento Sucroalcooleiro irá fortalecer ainda mais o setor que está em plena expansão. É um marco na história do Paraná, vamos tornar nosso produto mais competitivo”, destacou Miguel Tranin, presidente da Alcopar (Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná).
Richa destacou que o Programa foi discutido diretamente com a Alcopar, e que nos dois primeiros anos do programa serão investidos R$ 168 milhões, cerca R$ 104 milhões da Secretaria de Infraestrutura e Logística e R$ 64 milhões da Alcopar, beneficiando 73 cidades das regiões Norte e Noroeste do Estado. As prefeituras vão participar aderindo ao programa e, depois, realizando manutenções nas novas pontes e estradas que forem melhoradas.
“Unindo esforços do Governo do Estado, das prefeituras e da iniciativa privada, conseguiremos atingir resultados muito melhores. Todos ganham nesta parceria, que trará ainda mais desenvolvimento para o Paraná”, disse o governador que adiantou que outros setores produtivos entre eles o da madeira já procuraram o governo com interesse de formar convênios nos mesmos moldes do Programa Caminhos do Desenvolvimento Sucroalcooleiro.
Tranin destacou que o setor sucroalcooleiro paranaense gera uma receita de mais de R$ 1,6 bilhão ao ano, empregando milhares de paranaenses diretamente ou indiretamente. “Com esta parceria o Paraná dá um salto para reduzir o custo do Brasil e ajudar o setor a ser mais competitivo, gerando mais empregos no Estado“, disse o presidente da Alcopar.
O Programa Caminhos do Desenvolvimento Sucroalcooleiro prevê, nos dois primeiros anos, a recuperação de 1.500 quilômetros de estradas municipais e também a construção de 151 pontes e 49 trincheiras. Também faz parte do projeto o uso de um barco e dois rebocadores.
O governo já autorizou a aquisição de quatro patrulhas do campo, cada conjunto com 13 equipamentos destinados à recuperação de estradas rurais. Serão construídas trincheiras em Paranacity, Rondon e Ivaté, com investimento de R$ 2,5 milhões em cada. Os R$ 42 milhões iniciais para o programa foram liberados durante assinatura do convênio com a Alcopar.

Quarto produtor de cana-de-açúcar
O presidente da Alcopar, Miguel Tranin, apontou que o Paraná é o quarto produtor de cana-de-açúcar no Brasil, o terceiro em açúcar e o quarto na produção do etanol. São cerca de 610 mil hectares de área plantada, com 27 indústrias em atividade, sendo 21 usinas e seis destilarias.
“Aumentamos a nossa produtividade sem derrubar um milímetro de mata, estamos fazendo a nossa parte que é gerar divisas para o nosso estado que com este programa irá desenvolver não só o setor sucroalcooleiro, mas sim toda a agricultura paranaense”, destacou Tranin.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa disse que espera retirar com o programa parte dos 1,5 milhão de caminhões, a maioria bitrens, que hoje circulam pelas rodovias estaduais no período da safra de cana-de-açúcar.
“Por serem pesados, eles acabam engarrafando o trânsito e também pondo em risco os motoristas. Além disso, por causa do tamanho e peso, causam danos às rodovias, aumentando o custo de manutenção das estradas estaduais para o governo”, ressaltou Pepe que apontou as estradas vicinais como as vias que deverão ser utilizadas pelo transporte da safra.