Adversários atravessam seca de gols de falta

SÃO PAULO – O clássico de hoje, às 16 horas entre Santos e Corinthians no Morumbi, vai opor equipes que amargam um jejum de gols de falta. E que curiosamente marcaram pela última vez dessa forma dentro do Pacaembu. O gol corintiano saiu em 21 de julho do ano passado, com Douglas, que balançou as redes da Portuguesa, no empate por 1 a 1, válido pelo Brasileiro.  A seca do Santos é menor, mas também incômoda. Neymar marcou na vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, em 25 de agosto. O tabu já dura 30 partidas. O técnico santista, Muricy Ramalho, aposta no volante Marcos Assunção, 36, para findar o jejum. Ele será o substituto de Renê Júnior.
Pressionado, Muricy cita exemplo de Tite – Muriry Ramalho era aguardado no CT do Santos com expectativa pelos jornalistas, que esperavam o técnico mal-humorado depois de uma semana marcada pelos rumores sobre sua demissão. Não foi isso o que se viu em 20 minutos de entrevista nesta sexta. O treinador apareceu cabisbaixo na sala de imprensa, usou tom de voz sereno e, ao falar da pressão, citou Corinthians e Tite, adversários de domingo como exemplos. "É importante lembrar que a diretoria do Corinthians há pouco tempo foi criticada, muita gente pedia a saída do Tite, mas a diretoria, com o Andres [Sanchez,] segurou", afirmou o técnico santista. Ele fazia a referência à crise corintiana após a queda para o Tolima na Libertadores-2011. Tite balançou, mas foi mantido no cargo e venceu três títulos na sequência. A referência tem justificativa. Muricy é pressionado por integrantes do conselho santista. A principal reclamação é a falta de resultados após a chegada de sete reforços.  Durante a semana, o técnico chegou a se reunir com o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e o vice Odílio Rodrigues. Ambos asseguraram sua permanência.  "Pelo que a gente está jogando, o time não merece ser elogiado. Temos consciência. Daqui a pouco acontecem bons jogos e o time deslancha", acrescentou confiante. Tite não fala – Do outro lado do clássico, Tite optou por não conceder entrevista. Deixou Renato Augusto, provável titular, falar com a imprensa.  O treinador ainda usufrui, em campo, da tranquilidade conquistada com a Libertadores e o Mundial. E tem respaldo da diretoria alvinegra. Tite deve poupar parte dos titulares por causa da partida contra o Tijuana. no México, pela Libertadores. Diferentemente de Muricy, que usará força máxima.