Dengue se espalha pela cidade

Paranavaí está vivendo um surto de dengue. Os casos estão espalhados pela cidade, em casos de doentes em todas as regiões.
De acordo com o boletim da 14ª Regional de Saúde, já são 45 casos em 2012, a maioria concentrada nas últimas semanas. Apenas na semana passada foram dez confirmações. Este cenário preocupa também na região, já que o fluxo de pessoas por conta do final do ano pode ajudar a espalhar a doença.
Chefe do Serviço Regional de Vigilância Sanitária, Nilce Casado detalha as preocupações com o avanço da doença, especialmente em Paranavaí e em São Carlos do Ivaí. Uma das explicações para o surto em Paranavaí pode ser justamente o aumento de casos de São Carlos.
Isso porque é grande o número de pessoas que saem da cidade vizinha para passear e comprar em Paranavaí. Sem falar que o município é polo e uma referência regional no atendimento médico. Com o período de festa, a preocupação aumenta, já que é normal o fluxo de pessoas entre as cidades. “Elas podem levar ou trazer a doença”, reforça.
Nilce também se preocupa com o fato de que muitas pessoas adoecem e preferem se medicar em casa, sem procurar o serviço público de saúde. Essa atitude pode contribuir para espalhar a doença, uma vez que o paciente sem notificação transmite a dengue da mesma forma, sem que haja bloqueio por parte da Vigilância em Saúde.
O bloqueio é a medida básica em todo caso suspeito. Ele consiste em pulverizar inseticida num raio de 300 metros a partir da casa do paciente, eliminando o mosquito adulto e reduzindo a possibilidade de transmissão. “Ao sentir os primeiros sintomas, é fundamental procurar ajuda médica”, reforça.
A preocupação das autoridades de saúde cresceu por conta dos casos recentes e por estarem espalhados por toda a cidade. Isso dificulta o combate e o uso da bomba costal para pulverizar veneno.
Tanto que a Regional já solicitou o fumacê (caminhão de pulverização) para atuar em Paranavaí no início do ano. O período de chuvas fortes e calor intenso cria ambiente favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, por consequência, os focos se multiplicam.
O combate passa mais uma vez pela participação de todos. Nilce avalia que hoje o índice deve estar acima dos 1,4% de infestação, detectado no último LIRA – Levantamento de Índice Rápido. A maior concentração de focos, 43%, está na casa das pessoas, especialmente em vasos de plantas e bebedouros de animais.
SINTOMAS – Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias. O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem.
DENGUE CLÁSSICA – Febre alta com início súbito; forte dor de cabeça; dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos; perda do paladar e apetite; manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores; náuseas e vômitos; tonturas; extremo cansaço; moleza e dor no corpo; muitas dores nos ossos e articulações. (Fonte: Ministério da Saúde).