Região tem 377 casos notificados de Aids
Os números são da 14ª Regional de Saúde, com sede em Paranavaí, divulgados nesta semana. Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Desta vez a estratégia se concentra no teste rápido para a doença. Estratégia importante, pois, a cada quatro pessoas infectadas, uma não sabe que tem o vírus.
As mulheres são minoria na relação de casos absolutos da doença, respondendo por 37% do total. Porém, um dado preocupante foi detectado pela equipe da Regional: na faixa etária entre 15 e 19 anos as mulheres são maioria nos casos detectados. Levando em conta o total de casos registrados, a faixa etária da maioria está entre 20 e 49 anos, ou seja, adultos jovens.
Os casos estão distribuídos por toda a região. Na condição de maior cidade, Paranavaí também lidera essa estatística com 178 casos positivos. Loanda vem a seguir com 49 casos. Todas as 28 cidades aparecem nas estatísticas com pelo menos um caso.
Os municípios mais representativos estatisticamente são: Nova Londrina – 26 casos; Alto Paraná – 18 casos; Paraíso do Norte – 12 casos; Porto Rico – 10 casos; São João do Caiuá, Querência do Norte e Terra Rica – 8 casos cada.
DIAGNÓSTICO TARDIO – Maria da Penha Francisco, responsável pelo trabalho na Regional, informa que, apesar do teste rápido estar inserido na política pública, o diagnóstico ainda é tardio. Ela cita exemplos.
Na campanha de 2008, 52% dos casos diagnosticados com HIV já era Aids, ou seja, as pessoas já estavam doentes. “Hoje a realidade é a mesma”, resume. Otimista, Maria da Penha acredita que a realidade pode ser mudada, já que o serviço está fazendo mais testes, abrindo a possibilidade do diagnóstico precoce.
Na região são feitos entre 300 e 500 testes de HIV por mês nas metodologias Rápida e Convencional. Destes, entre 4 e 5 são positivos para HIV. Portanto, as pessoas continuam contraindo o vírus.
Embora os medicamentos ofereçam sobrevida e controle, trata-se de um vírus que pode levar à morte. Portanto, prevenção continua sendo a resposta. Não compartilhar agulhas e usar camisinha em toda relação sexual estão entre as mais simples e eficazes.
Maria da Penha reforça que, embora não haja cura, é possível retardar os efeitos da doença com um tratamento adequado, garantindo qualidade de vida ao paciente. Daí, a importância de conhecer a condição sorológica o quanto antes, iniciando acompanhamento e, se necessário, o tratamento.
Teste Rápido
A arma para este novo momento é o teste rápido. Atualmente as cidades paranaenses (e por consequência, da região) oferecem teste rápido para HIV, Sífilis e Hepatites, doenças sexualmente transmissíveis. Fazem parte da Campanha “Fique Sabendo”, lançada neste mês pelo secretário de Saúde, Michele Caputo Neto.
A campanha se estende até hoje (Dia Mundial de Luta Contra a Aids) e depois os testes permanecem nos postos de coleta, dentro da rotina do serviço público. Até o final de 2013 a meta é colocar os testes em todos os 399 municípios paranaenses. Para a região, a meta é atingir os 28 municípios já em março do próximo ano.
O teste é rápido e necessita apenas de uma gota de sangue. Antes e após o processo, a pessoa passa por aconselhamento, orientações preventivas e informações sobre doenças sexualmente transmissíveis. O resultado do exame sai em 30 minutos.
A Testagem Rápida está disponível nos seguintes municípios: Amaporã, Cruzeiro do Sul, Diamante do Norte, Guairaçá, Itaúna do Sul, Loanda, Marilena, Mirador, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranavaí, Planaltina do Paraná, Porto Rico, Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Santo Antônio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, Tamboara e Terra Rica.
A ação é trabalhada pelos programas municipais DST/AIDS e Hepatites, conjuntamente com a atenção primária em saúde e os serviços de vigilância epidemiológica nas cidades.
Paranavaí vai atender com Teste Rápido hoje na sua estrutura de SINAS – Sistema Integrado de Atendimento em Saúde. Paralelamente haverá conscientização com panfletagem e distribuição de camisinhas no calçadão e esquina do Banco do Brasil.
NÚMEROS – O Paraná tem cerca de 23 mil casos de Aids e registra 1.300 novos casos a cada ano, conforme Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. No Brasil estima-se que 630 pessoas vivam com Aids. Um dos problemas é que 250 mil pessoas não sabem que estão com HIV. No mundo, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids, 34 milhões de pessoas estão infectadas.