No jogo que pode selar rebaixamento, Palmeiras tem 11 jogadores machucados

Futebol feio. Pressão da torcida. Aos 41min do segundo tempo, a vitória escapou. Foi com um empate em 1 a 1 contra a Portuguesa no Pacaembu que a história mais dramática do Palmeiras nos últimos dez anos começou.
Seis meses se passaram desde a primeira das 26 partidas em que a equipe não venceu no Nacional. De lá para cá, cinco atletas que começaram aquele duelo não estão mais entre os titulares. E mais: o técnico foi demitido.
A trajetória iniciada em São Paulo pode ter fim trágico, neste domingo, em Volta Redonda (RJ).
Se sofrer contra o Flamengo sua 21ª derrota no campeonato, o Palmeiras retornará à Série B com duas rodadas de antecedência, uma década e um dia após o traumático rebaixamento de 2002.
O sétimo empate alviverde na competição pode deixar o torcedor aflito por mais duas horas e meia após o apito final, já que o descenso estará selado se Portuguesa e Bahia não perderem seus jogos.
Nem a décima vitória trará alívio. O rebaixamento ainda acontecerá neste fim de semana se os dois rivais diretos citados acima ganharem.
"Se os resultados não estiverem a nosso favor [e forem anunciados no estádio], temos de jogar pela história do clube, pela história individual e pela dignidade", disse o técnico Gilson Kleina.
Mesmo que tudo dê certo, o melhor que pode acontecer ao Palmeiras é ficar a quatro pontos de sair da zona de rebaixamento. E repetir a conta desta rodada em suas duas últimas partidas.
"É a partida de nossas vidas. Neste jogo, pode acabar aquilo que a gente não quer", adicionou o comandante, sobre o confronto de hoje.
O rebaixamento faria do Palmeiras o primeiro dos 12 grandes clubes do Brasil a ter de jogar duas edições da segunda divisão neste século.
Além do alviverde paulista, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Corinthians e Vasco passaram pela Série B desde 2001. Todos subiram à elite no ano seguinte ao da queda. E nunca mais caíram.
O time que tenta evitar fazer companhia aos já rebaixados Atlético-GO e Figueirense é o maior campeão nacional da história do país, com quatro títulos da Série A, duas Copas do Brasil, duas Taças Brasil e duas edições do Roberto Gomes Pedrosa,
Também possui o sexto faturamento mais alto (R$ 161 milhões em 2011) e a quarta maior torcida (8,3 milhões, para o Datafolha) do Brasil.
E, no confronto que pode definir seu retorno à Série B, o Palmeiras repete uma de suas mais frequentes lamentações de todo o campeonato: o excesso de desfalques.
Entre suspensos e machucados, Kleina não terá 11 jogadores, entre eles Valdivia, Wesley, Luan, Thiago Heleno João Denoni e Henrique.
A conta ainda pode aumentar, já que o capitão Marcos Assunção e o meia Patrick Vieira são dúvidas. O primeiro, com inchaço no joelho direito, nem participou do treino de sexta-feira.

Flamengo
Paulo Victor; Wellington Silva, Renato Santos, González e Ramon; Amaral, Ibson, Renato e Cleber Santana; Hernane e Vágner Love.
Técnico: Dorival Jr.

Palmeiras
Bruno; Artur (Corrêa), Maurício Ramos, Román e Juninho; Márcio Araújo, Corrêa (Marcos Assunção) e Tiago Real (Patrick Vieira); Mazinho, Barcos e Maikon Leite
Técnico: Gilson Kleina

Estádio: Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
Horário: 17h
Árbitro: Thiago Gomes Brigido (CE)