Possibilidade de surto de dengue preocupa 14ª Regional de Saúde

A 14ª Regional de Saúde de Paranavaí faz um alerta: a possibilidade de um surto de dengue é grande. A chegada da primavera, com temperaturas elevadas e alto índice de umidade, oferece condições propícias para a proliferação do mosquito transmissor da doença. Nilce Casado, chefe da Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, explica que os picos da doença acontecem de forma cíclica. A cada cinco anos o número de casos aumenta vertiginosamente. A ocorrência do El Niño (fenômeno climático que provoca aumento na temperatura e longos períodos de chuva) pode agravar a situação. A circulação do vírus da dengue tipo quatro no Paraná é outro motivo de preocupação. Apesar de não ter sido registrado nenhum caso na região de Paranavaí, o risco de contaminação existe.
Walter Sordi Junior, da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, destaca que o período eleitoral tem reflexos diretos nas ações de combate à dengue. “Há uma desmobilização”, diz ele, ressaltando que não são raros os casos em que os prefeitos que estão deixando o cargo diminuem o ritmo do trabalho preventivo.
A PREVENÇÃO – “O combate à dengue deve ser prioridade”, enfatiza Sordi Junior. Ele chama a atenção para um erro cometido por muitos moradores.
“As pessoas acham que a prevenção é papel somente do poder público, mas todos têm responsabilidades”. E o trabalho é simples, conforme destaca Nilce. “Se cada um reservar alguns minutos por semana para olhar os pontos vulneráveis em casa, vamos reduzir os focos do mosquito”.
A limpeza de terrenos baldios, também é essencial para prevenir o surto de dengue. As chuvas favorecem o crescimento de mato, que, alto, pode esconder focos do mosquito transmissor. A varrição de calçadas e quintais e a coleta dos resíduos feita corretamente são outras medidas fundamentais.
AÇÕES DO PODER PÚBLICO – De acordo com a chefe da Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, logo após as eleições terão início as ações integradas de prevenção e combate à dengue. A intenção é envolver diferentes setores do poder público (educação, saúde, meio ambiente, obras e serviço) no trabalho diário de eliminação dos focos do mosquito.
Em novembro deve acontecer o Dia D de combate à dengue, mas, antes mesmo, o objetivo é mobilizar toda a população sobre a necessidade da prevenção. Uma das propostas para que isso seja possível é a reativação dos comitês escolares, nos quais os alunos se tornam agentes de combate à doença.

Medidas de combate à dengue
A chefe da Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado, explica que as medidas de combate à dengue são simples e podem ser incorporadas às tarefas do dia a dia. “É uma questão de mudança de comportamento”, diz.
Algumas orientações devem ser seguidas: não deixar água parada em pneus, sobre a laje e nas calhas; a vasilha que fica abaixo dos vasos de plantas deve ser mantida seca ou coberta com areia; caixas d’água, poços artesianos e outros reservatórios de água devem ser limpos constantemente e mantidos fechados e bem vedados; garrafas ou outros recipientes semelhantes (latas, vasilhas, copos) devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo. (RS)

Os números da dengue na região
Dados da 14ª Regional de Saúde mostram que até o dia 12 de setembro, 180 casos de dengue foram confirmados em toda a região Noroeste do Paraná. As notificações chegaram a 627, sendo 432 casos negativos e 15 ainda pendentes.
O município com maior ocorrência da doença foi Diamante do Norte, com 88 casos. Em Marilena, foram 53 confirmações. Terra Rica e Tamboara tiveram nove registros cada. Em Paranavaí foram oito casos de dengue. Itaúna do Sul e Paraíso do Norte confirmaram a contaminação de seis pessoas – três em cada município. Em Alto Paraná, dois casos. Guairaçá, Porto Rico, Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo e São Carlos do Ivaí tiveram um registro da doença. Nos demais municípios não houve casos confirmados. (RS)