Clássico reúne times em condições psicólogicas diferentes

Para o Palmeiras, o clássico; para o Corinthians, um clássico. O resultado do encontro de hoje à tarde, no Pacaembu, pode revigorar ou bagunçar ainda mais o Palmeiras, mergulhado em crise, na vice-lanterna do Campeonato Brasileiro e agora sem Luiz Felipe Scolari.

Mas não deve alterar em nada os planos do Corinthians, que só está preocupado em somar mais alguns pontos para poder se dedicar, enfim, ao Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão.

O primeiro encontro dos campeões das copas de 2012 -do Brasil e da Libertadores- é marcado pela tensão do lado alviverde e pela quase apatia dos corintianos.

Mandante, o Palmeiras abrirá os portões do Pacaembu, que estará mais verde do que preto e branco, sabendo que o cenário é um barril de pólvora. Uma derrota, além de dificultar ainda mais a situação do time no campeonato, pode provocar mais reações de seus torcedores.

Narciso, 38, do sub-20, será o técnico interino do clube que se desfez de Scolari após mais de dois anos de parceria. Campeão da Copa do Brasil, o treinador caiu após derrota para o Vasco, na quarta. Deixou o Palmeiras em penúltimo lugar, sete pontos distante da salvação e com 14 derrotas.

"Vencer um clássico pode dar um ânimo novo para a equipe. Confiança é fundamental no futebol", disse Narciso, que assumiu as categorias de base do Palmeiras após passar pelo Corinthians, onde foi campeão da Copa São Paulo de futebol júnior, em janeiro, no Pacaembu.

Vencer o Palmeiras significará ao Corinthians, além da sempre agradável sensação de derrotar o arquirrival, três dos 13 pontos que o time busca para se safar de qualquer possibilidade de queda.

Mas a situação do Palmeiras é tão delicada, que Tite, sempre polido, foi ainda mais cuidadoso. "Até meu silêncio pode ser interpretado de forma errada", declarou. Ele se indignou quando questionado sobre se a meta corintiana hoje é afundar o Palmeiras.

"Isso é pensamento de espírito muito pequeno, muito pobre", afirmou. "Ninguém afunda ninguém, não. São 38 jogos, e cada um constrói sua campanha", afirmou Tite, que perdeu os dois últimos clássicos que disputou, contra São Paulo e Santos.

Para o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone, há tempo para a salvação. "Os jogadores entenderam que agora, sem o Felipe, é com eles. Uma vitória pode ajudar e muito nessa caminhada para a recuperação", disse.

O vice do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, falou sobre a atitude dos times no clássico. "O Palmeiras sabe o que é melhor para ele, tem história, tradição. Sabe dar a volta por cima. Mas nós vamos jogar como sempre jogamos contra o Palmeiras."

PALMEIRAS
Bruno; Corrêa, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Tiago Real) e Juninho; Henrique, João Vitor, Marcos Assunção e Valdivia; Luan e Barcos. Técnico – Narciso

CORINTHIANS
Cássio; Guilherme Andrade, Wallace, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas e Danilo; Romarinho e Martínez (Emerson). Técnico – Tite   
Estádio: Pacaembu, em São Paulo
Horário: 16h
Árbitro: Marcelo A. de Souza (SP)