Maioria do STF condena seis por lavagem de dinheiro

BRASÍLIA (Folhapress) – Com o voto da ministra Cármen Lúcia, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou ontem seis réus ligados ao Banco Rural e ao grupo do empresário Marcos Valério por lavagem de dinheiro.
Foram considerados culpados: a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, e o vice-presidente Vinicius Samarane, Valério, seus ex-sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, e sua ex-funcionária Simone Vasconcelos.
Votaram neste sentido os ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fuz, Dias Toffoli e Carmen Lúcia.
Os seis ministros que votaram até agora também já inocentaram a ex-diretora do Rural Ayanna Tenório. Ela já havia sido absolvida da acusação de gestão fraudulenta –portanto, não teria crime antecedente para a lavagem.
Segundo o Ministério Público, os dirigentes do Banco Rural, o empresário Marcos Valério e seus ex-sócios movimentaram milhões de reais de forma suspeita e omitiram os reais recebedores dos recursos, além de desrespeitarem normas dos órgãos de controle.
O Rural teria injetado R$ 32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados. O STF também já decidiu que houve desvio de recursos públicos do Banco do Brasil e da Câmara para o esquema.
A ministra Carmen Lúcia reforçou a tese de lavagem por meio dos empréstimos fictícios. "O dinheiro é para o crime como o sangue é para a veia. Se não circular, com volume e sem obstáculos, não temos esquemas criminosos como esse", disse.
INDEFINIÇÃO – A situação de outros três réus acusados de lavagem continuam indefinidas. O vice-presidente Rural Vinicius Samarane tem cinco votos pela condenação, restando um para ser considerado culpado.
Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, tem dois votos pela condenação e outros quatro para a absolvição. Advogado de Valério, Rogério Tolentino, tem quatro pela condenação e dois pela absolvição.