Homens vivem menos por falta de cuidados com a saúde

Alimentar-se bem, praticar exercícios, não consumir bebida alcoólica, não fumar, fazer exames médicos preventivos. Apesar de bastante comuns, tais orientações são muitas vezes negligenciadas, e a falta de hábitos saudáveis tem importantes consequências, especialmente entre os homens, que na média paranaense vivem 71,6 anos, enquanto as mulheres chegam aos 77,9 anos.
O coordenador municipal do Programa Saúde do Homem, Marcelo Araújo, disse que se trata de uma questão cultural. “O homem só procura médico quando está doente, mas precisamos mudar esta realidade”. A intenção é fazer com que eles façam exames preventivos pelo menos uma vez por ano. “Não é ir ao médico porque tem um problema de saúde, é fazer um checape geral”, destacou Araújo.
Para chamar a atenção do público masculino, uma feira de saúde foi realizada ontem em Paranavaí. Os homens tiveram a oportunidade de fazer teste de glicemia, aferir a pressão arterial, medir o índice de massa corporal, colocar a vacinação em dia e aprender sobre segurança no trânsito. O evento fechou as atividades do Agosto Azul, mês instituído para a promoção da saúde do homem, através da lei 17.099/2012.
Araújo fez uma comparação que mostra a necessidade de investir em ações de prevenção. “Quando tem uma torneira aberta e a água fica pingando, não adianta enxugar o chão se a torneira não for fechada. O que estamos fazendo é fechar a torneira, ou seja, mostrando para os homens que é preciso cuidar da saúde antes que a doença apareça. Estamos tentando fechar a torneira”.
ATENÇÃO BÁSICA – De acordo com Araújo, todas as unidades básicas de saúde fazem o atendimento do público masculino, dentro desta perspectiva de prevenção de doenças. Os casos mais complicados são encaminhados para a coordenação do Programa Saúde do Homem. “Orientamos que o paciente procure o postinho que atende seu bairro”.
EXEMPLO – Antônio Gomes de Almeida tem 68 anos. O aposentado mudou-se para Paranavaí recentemente, mas não perdeu a oportunidade de participar da feira de saúde. Um exemplo a ser seguido, ele garantiu que procura atendimento médico com frequência, mas não somente quando está doente. “É importante cuidar, fazer a prevenção, fazer uma avaliação da saúde”.
Já o metalúrgico Edgar Junior, de 38 anos, disse ter receio de ir ao médico. Ele afirmou que são raras as vezes em que vai ao posto de saúde e só procura ajuda quando percebe que algo está errado. “Não tenho o hábito de fazer a prevenção, mas vou tentar me cuidar mais”.