Carne no varejo não tem perspectiva de redução nos preços em Paranavaí

O preço da carne bovina tem subido gradativamente desde o início do ano. É o que afirmam representantes do mercado varejista de Paranavaí, que apontam aumento de 15% sobre os valores repassados para o consumidor final. E não há perspectivas de redução nos próximos meses.
Mario Jorge Rodrigues Filho, de um açougue da cidade, destaca que foi preciso segurar os preços para que os clientes não sentissem no bolso os efeitos da alta. Mesmo assim, o movimento caiu 50% nas últimas duas semanas. “Dificilmente o preço vai recuar”, diz.
Coxão-mole, posta vermelha e alcatra são alguns dos cortes que mais sofreram com a elevação nos preços, conforme Rodrigues Filho. Segundo ele, depois de pagar R$ 5,50 pelo quilo da novilha, agora o preço chega a R$ 6,10.
A seca dos últimos dias pode ser um dos fatores de influência sobre o preço da carne bovina, na avaliação do açougueiro Aparecido Libânio de Souza. Para ele, a falta de chuva prejudica as pastagens e os reflexos são sentidos imediatamente.
CONTRAPONTO – O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, Ênio Luiz Debarba, informa que desde o dia 8 de agosto a cotação da carne bovina se mantém (R$ 92 por arroba), o que não justificaria, segundo ele, a alta.
Gerente de vendas de um frigorífico, Valmir Matos também se mostra surpreso com a elevação apontada pelo mercado varejista. Ele explica que a carne bovina sofreu alta no final de 2011, mas foi passando por pequenas reduções no decorrer do ano.
Na opinião de Matos, a alta nos açougues reflete a demora dos empresários em adequar o preço praticado ao valor real da carne bovina, e há margem para que o mercado varejista diminua os custos para o consumidor final.