Empresários se posicionam contra a lei que proíbe venda de bebidas alcoólicas em postos

Um atrativo para os clientes, a loja de conveniência no posto de combustível é alternativa prática para quem quer comprar bebidas, doces, salgados e acessórios, os mais diversos.
Mas um projeto de lei polêmico foi aprovado em primeira discussão pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deixando os comerciantes preocupados: a proibição da venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis de todo o estado.
A proposição é do deputado Pastor Edson Praczyk (PRB), que justificou a redação do texto argumentando que a venda de bebidas alcoólicas nos postos de combustíveis estimula que os jovens bebam e dirijam e se envolvam em brigas. O projeto teve 19 votos favoráveis e 16 contrários, lembrando que a Alep possui 54 deputados, e o presidente da Casa não vota.
A decisão não agradou Adelino Ferreira Gomes Fernandes, proprietário de um posto em Paranavaí. Para ele, muito mais do que proibir a venda de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniência, é necessário que haja o cumprimento das leis que já existem. “A lei seca prevê punição para quem dirige bêbado. O problema é que o estado não está preparado para fazer a fiscalização. Mesmo assim, cria mais leis”.
Na opinião de Fernandes, o texto proposto por Praczyk fere a liberdade de comercialização dos empresários que atuam dentro da legalidade. “Os deputados precisam ser mais coerentes. Se temos licenças e alvarás para vender o produto, por que agora eles querem proibir?”, questionou.
Cezar Luzia, dono de outro posto de combustíveis de Paranavaí, também se disse contrário à lei. Ele afirmou que fez grandes investimentos para poder oferecer serviços de qualidade para os clientes que vão até o estabelecimento para comer e beber. “A lei é prejudicial para os empresários e para os clientes”, defendeu.
Segundo ele, é preciso considerar a geração de empregos que as lojas de conveniência proporcionam, além da comodidade que oferecem para os consumidores. Cezar Luzia foi mais além. “Se eles não beberem aqui, vão para um bar. O efeito não é o mesmo?”, indagou.
VOTO CONTRÁRIO – O deputado Antônio Teruo Kato votou contra o projeto de lei. “Está cerceando a liberdade de vender e comprar. Eu acho que não é este o caminho”. Na opinião do parlamentar, é necessário investir em ações de educação e conscientização. “A pessoa não pode dirigir alcoolizada, mas a medida mais coerente é aplicar e fiscalizar as leis que já existem”, enfatizou.