Casos de greening aumentam em pomares do Paraná

Os casos de greening em pomares do Paraná aumentaram de janeiro a julho deste ano. É o que aponta um levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), feito a partir dos relatórios enviados pelos produtores. Os números são parciais, mas revelam que o percentual de plantas eliminadas por causa da doença, que era de 1%, já chega a 1,5%.
O engenheiro agrônomo da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), do Núcleo Regional da Seab em Maringá, José Croce Filho, afirmou que o crescimento da praga se deve ao maior número de municípios onde há registros da doença. “Eram 75 em janeiro, agora são mais de 80”. Na opinião dele, pode parecer pouco, “mas significa que está havendo falhas no controle”.
As projeções não são animadoras. “Se a situação continuar, a tendência é dobrar o número de casos”, disse Croce Filho. Segundo ele, é o que está acontecendo em outros estados brasileiros, tais como São Paulo, e em outros países produtores de laranja. A falta de cuidados em pomares clandestinos é apontada como possível causa para os números preocupantes no Paraná.
CONTROLE DA DOENÇA – Um inseto minúsculo, o psilídeo Diaphorina citri, comum nos pomares brasileiros e na planta ornamental conhecida como falsa murta (Murraya paniculata), é o transmissor do greening. O controle da doença consiste na eliminação dos vetores de transmissão e na erradicação das plantas atingidas pela bactéria causadora da doença.
Engenheiro agrônomo e consultor técnico, Marco Valério Ribeiro explicou que o sucesso do controle consiste em manter a infestação baixa. Nos pomares de laranja, por exemplo, ele faz inspeções quatro vezes por ano. Quando o greening é identificado, a planta é erradicada e uma nova árvore a substitui. As aplicações controladas de inseticidas também são essenciais. A recomendação de Ribeiro é uma dose de 200 mililitros para cada metro quadrado de copa.
Segundo o consultor técnico, o controle da doença é fundamental para que a citricultura da região continue competitiva. “Com a evolução da doença em São Paulo, um buraco está sendo aberto no mercado, e temos de aproveitar”, afirmou Ribeiro. Conforme avaliação dele, a laranja do Noroeste do Paraná é uma das melhores do Brasil e tem reconhecimento internacional. “A região produtora é pequena, mas bastante eficiente", completou.
O GREENING – A Huanglongbing (HLB) é uma doença também conhecida como "greening" ou "amarelão". Originária da China, atinge os citros, prejudicando o crescimento das frutas e comprometendo a produção. O resultado: prejuízos para os produtores. No Brasil, a doença foi constatada pela primeira vez em 2004. Na região de Paranavaí, em 2006.