Após 16 anos, Brasil ressurge como candidato ao pódio

O basquete masculino do Brasil não disputa uma Olimpíada desde os Jogos de Atlanta-1996. Agora, 16 anos depois, chega a Londres como um dos candidatos a medalha -o que é admitido até por jogadores dos EUA, grandes favoritos ao ouro. O time brasileiro estreia em Londres amanhã, às 7h15 (de Brasília), contra a Austrália.

O prestígio internacional do basquete brasileiro retomou força com a chegada do técnico argentino Ruben Magnano, vice-campeão mundial em 2002 e campeão olímpico em Atenas-2004 com a seleção de seu país.

Contratado pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete) em fevereiro de 2010, ele tinha a missão de encerrar o hiato olímpico do Brasil na modalidade. Em setembro de 2011, Magnano conseguiu cumprir a meta com o vice-campeonato do Pré-Olímpico de Mar del Plata -o título ficou com a anfitriã Argentina.

Para os Jogos de Londres, Magnano decidiu não abrir mão dos astros brasileiros da NBA (a liga profissional dos EUA) que ficaram fora do Pré-Olímpico. Leandrinho, Nenê e Anderson Varejão foram reintegrados. E houve também um reforço estrangeiro: o armador norte-americano Larry Taylor, que consegui a naturalização brasileira neste ano.

"O objetivo é transmitir confiança para eles. São atletas de alto nível que atuam na NBA ou na NBB. Os Jogos Olímpicos são algo muito especial e os mais veteranos têm que passar experiência aos mais jovens", afirmou Magnano ao site do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Além da Austrália, o Brasil enfrentará Grã-Bretanha, Rússia, China e Espanha no Grupo B do torneio olímpico. Para o treinador, a fase de grupos será complicada. "É um grupo duríssimo com seleções de alto nível técnico."

Mas o desempenho brasileiro nos amistosos preparatórios mostraram que o Brasil chega forte à Olimpíada. Na capital americana, venceu a própria Austrália (87 a 71) e jogou de igual para igual contra o Dream Team dos EUA na derrota por 80 a 69.

"Esta partida provou que podemos brigar de igual para igual nestes Jogos. É evidente que os norte-americanos são os grandes favoritos à medalha de ouro, mas não fugiremos da raia e vamos encarar todo mundo", disse o armador Marcelinho Huertas.

Se chegar ao pódio, o basquete brasileiro encerrará um jejum de 48 anos -o Brasil foi bronze nos Jogos de Tóquio-1964, Roma-1960 e Londres-1948. Uma medalha que colocará a tual geração na história. "Hoje jogamos um basquete mais coletivo e solidário, temos ataque e defesa sólidos. Nossa defesa, por sinal, é uma das mais sólidas do mundo", finalizou Huertas.