Caminhoneiros prometem bloqueio por tempo indeterminado na BR-376
Na tarde de ontem, caminhoneiros bloquearam um trecho da BR-376, em Paranavaí. Dezenas de veículos ficaram parados durante parte da tarde, e só voltaram a trafegar quando a Polícia Rodoviária Federal determinou a liberação da pista e do acostamento que estavam ocupados pelos manifestantes. Os grevistas prometeram um bloqueio por tempo indeterminado a partir de hoje.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Paranavaí (Sinditac-Pvaí), Sérgio Thomé, disse que a medida é uma forma de chamar a atenção das autoridades para as dificuldades enfrentadas pelos caminhoneiros. Por isso, todos os caminhões deverão ser parados pelo bloqueio, independentemente da carga transportada.
O caminhoneiro Marlon Gasola Gregori disse que há quatro não tem reajuste sobre o valor do frete. “E o preço do óleo diesel não para de subir”, afirmou. Desta forma, enfatizou o caminhoneiro, “os lucros diminuem, e as contas vão se acumulando”. Na opinião de Gregori, quanto mais profissionais aderirem à greve, maior será a força das reivindicações junto ao governo federal.
A paralisação dos caminhoneiros é uma manifestação de nível nacional, que já envolveu bloqueios a estradas em diferentes estados. No Paraná, os caminhões pararam em pelo menos sete trechos, segundo os grevistas.
Greve provoca tumulto na BR-277
A Justiça Federal proibiu caminhoneiros em greve de bloquear a BR-277, em Guarapuava (256 km de Curitiba).
A decisão da Justiça Federal ocorreu após tumultos registrados na tarde e noite de ontem, quando mais de 20 caminhões foram apedrejados por manifestantes inconformados com colegas que não aderiram à paralisação nacional liderada pelo MUBC.
A proibição foi concedida pela juíza Cristiane Maria Bertolin Polli em favor da Ecocataratas – concessionária que administra a rodovia – e prevê multa de R$ 1 mil por hora de bloqueio para cada um dos manifestantes identificados em caso de desobediência à ordem judicial.
Durante os protestos, dois caminhoneiros ficaram feridos. Um deles foi socorrido com lesões graves, mas não corre risco de morrer.
No início da noite de anteontem, cerca de 80 manifestantes queimaram pneus para bloquear a rodovia e depois passaram a atirar pedras nos motoristas que seguiam viagem. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) orientou os manifestantes a realizarem protestos pacíficos, mas parte deles decidiu radicalizar.
A PRF informou que, se houver novos bloqueios, vai solicitar auxílio da PM (Polícia Militar) para retirar os manifestantes do local.
"A manifestação fugiu do controle das pessoas que a organizaram", disse o policial rodoviário Haroldo Luis Rauch Jr.
O coordenador nacional do movimento, Nélio Botelho, disse que a paralisação é pacífica e que este foi o único incidente registrado no Brasil. Ele diz que a greve, iniciada na quarta, ganhou força principalmente em Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Bahia.
Reivindicações
O MUBC quer derrubar as novas normas da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para o setor de transporte, como a substituição da carta-frete pelo cartão-frete e a lei que limita a jornada de trabalho dos caminhoneiros.
No total, oito itens adotados pela ANTT são questionados pelo movimento. "A partir do momento em que a agência revogar esses oito itens, a paralisação acaba", diz Botelho.