Demissões superam contratações no mês de março em Paranavaí
O desempenho de Paranavaí no quesito geração de postos de trabalho foi negativo durante o mês de março. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o município registrou 817 contratações e 911 demissões, totalizando saldo de -94.
A análise do primeiro trimestre de 2018 também aponta cenário de déficit. De janeiro a março, Paranavaí contabilizou 2.306 admissões contra 2.313 desligamentos. Por outro lado, no acumulado de 12 meses o resultado é positivo: 8.807 novos postos de trabalho e 8.224 deposições.
Com os números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é possível comparar a situação de diferentes municípios paranaenses. Em Cianorte, por exemplo, o desempenho durante o mês de março foi positivo, com saldo de 115 contratações. Em Maringá, 386. Em Umuarama, oito.
Ao mesmo tempo, identificam-se no ranking estaduais municípios com quadro semelhante ao de Paranavaí, por causa dos resultados negativos. É o caso de Londrina, com 6.233 contratações e 6.393 desligamentos, e de Campo Mourão, que contabilizou 757 admissões e 827 demissões.
COMÉRCIO – Em Paranavaí, o setor com maior influência no resultado negativo foi o comércio. O saldo entre contratações e desligamentos foi de -117. A agropecuária teve 45 demissões a mais do que admissões. A indústria de transformação, seis negativos. Dois setores tiveram resultados positivos: construção civil (46) e serviços (28).
De acordo com a gerente da Agência do Trabalhador de Paranavaí, Elen Dela Pria Kumatsu, em anos anteriores também foi possível verificar a incidência de demissões no comércio durante o mês de março. Nunca, no entanto, em proporções tão significativas.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Maurício Gehlen, creditou a situação desfavorável à realização do Feirão Itinerante do Brás, no início de março. O evento, disse, teve impacto direto no desempenho do comércio local.
A avaliação de Gehlen é que, por causa dos preços mais baixos, os comerciantes que participaram do Feirão do Brás atraíram maior número de consumidores. Em parte isso é possível porque não pagam uma série de impostos e encargos que são obrigatórios para os empresários com estabelecimentos na cidade.
O presidente da Aciap aproveitou a ocasião para dizer que a classe política precisa se mobilizar em favor dos lojistas. Não se trata de corporativismo, argumentou Gehlen, mas de defender o comércio como um todo, a geração de empregos e a economia de Paranavaí.
Ele apostou nas ações de valorização dos lojistas e de atração de clientes de toda a região para reverter o quadro de demissões no comércio. A Aciap, disse, tem investido nisso. “Estamos esperançosos”, concluiu Gehlen.
Para a gerente da Agência do Trabalhador, os resultados do comércio poderão ser melhores nos próximos meses, graças às datas comemorativas. Dia das Mães, em maio, e Dia dos Namorados, em junho, podem fazer a diferença e impulsionar as vendas.