População ainda tem receio de fazer o teste de HIV

A etapa da Operação Verão no Noroeste do Paraná em Porto Rico (a 101 km de Paranavaí), voltada para prevenção em saúde, será encerrada hoje. No primeiro dia de trabalho anteontem, foram 140 testes rápidos de HIV/Aids, sem resultados positivos. Mas, o número poderia ser maior, já que muitas pessoas têm medo do resultado e preferem adiar o conhecimento da própria sorologia.
Integrante da equipe da Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, Maria da Penha Francisco reforça que esse posicionamento das pessoas é ruim. Lembra que a Aids, embora não tenha cura, pode ser controlada. As demais doenças detectadas pelo teste – sífilis e hepatites virais, têm cura.
Por outro lado, o conhecimento da sorologia permite fazer o tratamento preventivo, evitando que a pessoa com HIV fique doente de Aids. Sem contar que, como tem insistido Maria da Penha, o portador que conhece a sorologia deixa de transmitir para outros a partir de alguns cuidados.
Ela diz ainda que durante a operação, muitas pessoas informam desconhecer a sífilis e as hepatites. Também questionam sobre a confiabilidade dos testes rápidos. Maria da Penha explica que os testes são confiáveis, validados pelo Ministério da Saúde. No caso do HIV é diagnóstico. Quanto a sífilis e hepatites o teste funciona como triagem.
A OPERAÇÃO – A Operação Verão no Noroeste do Paraná teve início em dezembro. Envolve cerca de 25 profissionais da 14ª Regional de Saúde e do município de Porto Rico. Trata-se de uma ação preventiva para as chamadas ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) – HIV, sífilis e hepatites virais. O trabalho vai ao encontro do foco das campanhas nacionais, voltadas à prevenção.
Porto Rico foi escolhida para este trabalho por ser uma área de turismo, que atrai milhares de pessoas, especialmente no Verão até o Carnaval. A cidade, de pouco mais de 2.600 moradores, vê a população saltar para cerca de dez mil em datas festivas. Tornou-se uma referência em turismo a partir das belezas do Rio Paraná.  
Ainda estão programadas ações para os períodos: de 12 a 14; de 19 a 21; de 26 a 28. Para fevereiro o calendário será: de 2 a 4 e de 9 a 13.
NÚMEROS – Levantamento feito pela 14ª Regional de Saúde a pedido do Diário do Noroeste e publicado na edição de ontem, mostra que as 28 cidades que compõem a Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense) têm 680 pacientes diagnosticados com HIV/Aids desde 1988, quando o primeiro caso foi registrado.
No ano passado a região detectou 28 novos casos, sendo 11 deles em Paranavaí, a maior cidade, que acumula 306 pacientes em 29 anos. Cuidados preventivos continuam determinantes para barrar a epidemia.
Dentre os cuidados, usar preservativos em todas as relações sexuais. Nunca compartilhar agulhas e seringas igualmente pode fazer a diferença entre a doença e o viver saudável.