Justiça condena oito pessoas denunciadas na Operação Carricare
A Vara Criminal de Cidade Gaúcha, no Noroeste paranaense, condenou nesta quinta-feira, 26 de setembro, oito integrantes de uma facção criminosa que atuava no tráfico interestadual de drogas. Os réus, denunciados pelo Ministério Público do Paraná a partir da Operação Carricare, foram condenados pelos crimes de organização criminosa e tráfico interestadual de drogas. O chefe do grupo foi condenado a 20 anos de prisão e os demais réus receberam penas que variaram de 13 a 24 anos de prisão, todos em regime fechado.
Um investigador de polícia que atuava em Cidade Gaúcha foi condenado por integrar a organização criminosa, pelo crime de tráfico de drogas e também por corrupção passiva majorada (recebimento de propinas), recebendo pena de 24 anos de prisão em regime fechado. Preso há mais de um ano, ele ainda teve decretada a perda do cargo público e a prisão mantida pela justiça.
CAMINHÕES – As investigações da Operação Carricare (do latim carregar, transportar) duraram cerca de oito meses e foram realizadas pelo MPPR por meio da Promotoria de Justiça de Cidade Gaúcha, com apoio do núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
As apurações revelaram que os integrantes da facção traziam toneladas de drogas de Mato Grosso do Sul, por meio de barcos, levando-as até o município de Tapira, que integra a comarca de Cidade Gaúcha. Em seguida, as drogas eram escondidas em caminhões e transportadas para São Paulo e Rio de Janeiro. Em 11 de abril de 2018 (época das investigações), um caminhão da organização criminosa com carregamento de drogas foi interceptado, tendo sido encontrados 535 tabletes de maconha que pesaram 457 quilos.
CONTABILIDADE – A análise das anotações apreendidas pelo Ministério Público revelou que o grupo comercializava toneladas de drogas e movimentava grande quantidade de dinheiro, registrando os custos das operações ilícitas, inclusive com o pagamento de propina a agentes públicos, bem como os lucros obtidos com o tráfico de drogas. Segundo as anotações, em um período aproximado de seis meses, a organização teve rendimento líquido de mais de R$ 910 mil.