Paraná é 3º em uso e posse de drogas
SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – Caiu em 6% o número de ocorrências registradas pelas forças de segurança do Brasil por posse, uso e tráfico de drogas em 2016 em relação ao ano anterior, de acordo com dados do 11º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira (30).
A queda maior foi nas ocorrências de uso e posse de drogas, que passaram de 140.313 em 2015 para 128.306 em 2016, redução de 8%. Já entre as ocorrências por tráfico, a queda foi de 4%.
O Paraná aparece terceiro no ranking de posse e uso de droga em 2016 – 109 casos a cada 100 mil. O número é pouco maior que o de 2015 – 106 mil para cada 100 mil. Já no ranking de tráfico de drogas, o Paraná aparece em 10º lugar, com 76 a cada 100 mil, número menor que o de 2015 – 79.
O Distrito Federal é a unidade federativa que, proporcionalmente, mais registra ocorrência por posse e uso, proporcionalmente à sua população.
Foi uma taxa de 202 ocorrências por 100 mil habitantes, muito acima do segundo colocado, Mato Grosso, com taxa de 120 casos por 100 mil pessoas. Ainda assim, houve queda de 17% nas ocorrências do tipo no DF em relação ao registrado no ano anterior – passaram de 7.301 para 6.037.
Para o pesquisador do Fórum, Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas, a queda reflete uma mudança na percepção do uso de drogas na sociedade.
"Na prática cotidiana brasileira, a maconha foi legalizada. Para o policial, não vale a pena levar uma pessoa para a delegacia por uso e posse. É um crime de menor potencial ofensivo, a tendência é de na delegacia não gostarem de registrar a ocorrência, se chegar no Judiciário também não vai gerar uma coisa muito maior, o usuário não vai preso", explica.
Em busca de soluções para a segurança pública, 20 governadores se reuniram na última sexta-feira (27) em Rio Branco-AC para cobrar do governo federal mais recursos para combater o narcotráfico.
LEGALIZAÇÃO? – "Passamos a ser o segundo maior consumidor de drogas do mundo. Isso tem consequências na segurança pública, como o fortalecimento de facções”, afirma André Garcia.
"A legalização é uma questão que precisa ser discutida com dados, com experiência, e não com preocupação da repercussão sob o ponto de vista religioso ou político. A discussão precisa ser feita. Não sei dizer qual seria a repercussão no SUS ou qual o modelo mais adequado para a realidade brasileira. mas é certo que apostar só no modelo de enfrentamento policial não vai dar certo nunca, nem aqui, nem nos Estados Unidos", diz o secretário.