“O adolescente agiu motivado por um bullying”, diz delegado

GOIÂNIA – O adolescente que matou dois colegas, ontem, dentro de uma sala de aula em Goiânia afirmou, em depoimento à polícia, que se inspirou nos tiroteios de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro.
O relato foi feito à imprensa na tarde desta sexta pelo delegado Luis Gonzaga Júnior, que investiga o caso. “O adolescente agiu motivado por um bullying que ele sofria de outro adolescente. Segundo informação do próprio adolescente, ele se inspirou, em duas tragédias.
Uma tragédia que aconteceu [em 1999] nos Estados Unidos, no colégio Columbine, e o outro aconteceu [em 2011] no Realengo, aqui no Brasil. Dessa inspiração fez Nascer a ideia nele de matar alguém. Depois, motivado por esse bullying que ele sentia e sofria por parte de um dos seus colegas, ele resolveu assim executar e matar pessoas”, disse Gonzaga.
“Primeiro, esse colega que era desafeto dele e depois, segundo ele, teve vontade de matar mais. Isso durante um momento da execução que ele até se prontificou e falou para todo mundo ‘vocês vão todos morrer’”, acrescentou o delegado.
Ele abriu fogo contra seus colegas do colégio Goyazes, na região leste de Goiânia, por volta das 11h40 de hoje. De acordo com o delegado, o atirador relatou em depoimento que tinha como alvo especificamente um dos dois jovens que morreram, que o “amolava muito”.
O delegado disse à imprensa, entretanto, que o adolescente não relatou, em seu depoimento, já ter feito alguma reclamação à escola sobre ser vítima de bullying – questão que tem sido ventilada como motivação do atentado. Funcionários do colégio também afirmaram à polícia que não havia registro de bullying em relação ao jovem que cometeu o crime.
No momento do ataque, o adolescente portava dois carregadores de munição, segundo Gonzaga. Ainda segundo o delegado, o atirador usou toda a munição do primeiro carregador e foi contido pela coordenadora do estabelecimento de ensino quando já usava o segundo, cujas balas não chegaram a ser totalmente descarregadas. Segundo a fabricante de armas Taurus, uma pistola .40 tem capacidade para 16 munições.
Segundo o delegado, um dos alvos do atirador foi um dos adolescentes que morreram, mas, com o “desequilíbrio emocional”, continuou atirando em outras pessoas. (Com informações do UOL)

É filho de PMs e usou arma da corporação, diz polícia
O estudante de 13 anos que abriu fogo numa escola em Goiânia é filho de policiais militares e usou a arma da corporação, informou o porta-voz da Polícia Militar, coronel Marcelo Granja.
O atirador é estudante do 8º ano da escola, de acordo com a PM. Ele foi apreendido por policiais militares e levado para a Depai, responsável pela investigação e apreensão de adolescentes, também em Goiânia.
O pai do adolescente deve prestar esclarecimentos à corregedoria da Polícia Militar sobre como o filho teve acesso à arma.
Em entrevista à rádio CBN, o empresário Thiago Barbosa, pai de um dos feridos, disse que chegou ao colégio depois de ter sido informado pela diretora de que havia ocorrido um “acidente terrível” no local.
Segundo Barbosa, ele mesmo teve que transportar o filho e uma colega dele, também ferida, para o Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia), pois ambulâncias ainda não haviam chegado ao colégio. O empresário relatou que seu carro foi escoltado até a unidade de saúde por motocicletas do Giro (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva), da PM goiana.