Para Lorenzetti, mandato deve ser agravante e não ter foro privilegiado

O ex-prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti, considerou que o impasse ocorrido entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre eventuais punições contra parlamentares é uma discussão secundária.
“Não é essa discussão que o Brasil quer ouvir. O que a população deseja saber é quando vai acabar o foro privilegiado. Esta é a discussão primária que deve ser travada”, disse o ex-prefeito.
Para Lorenzetti, é um absurdo o país ter dispositivos em sua Constituição que protegem os parlamentares. “Estão transformando imunidade em impunidade”, avalia.
Em sua opinião, ao cometer um delito, o cidadão deve responder por isso. “Se for por um parlamentar, presidente da República ou governador, essa condição tem que ser de agravante e não atenuante, porque, além do eventual delito, ele traiu a confiança do eleitor”, opina Rogério Lorenzetti.
DECISÃO DO STF – Para o ex-prefeito de Paranavaí, é um absurdo que alguns ministros na discussão do STF, na quarta-feira, tenham afirmado que não se pode afastar um parlamentar porque o mandato popular é quase que soberano.
“De fato, o mandato conferido democraticamente pelos eleitores não pode ser cassado por qualquer motivo. Mas quando se trata de corrupção qual será a opinião deste eleitor que foi enganado e elegeu um político desonesto? É claro que ele quer que este parlamentar seja afastado de suas funções. Se a concessão do mandato é soberana o desejo da população enganada de ver o parlamentar afastado também teria que ser levado em consideração”, analisa.
Rogério Lorenzetti diz que a Câmara Federal e o Senado devem trabalhar pelo desenvolvimento do país e pela justiça social. “Quem só quer o mandato para fazer maracutaias e se beneficiar do foro privilegiado deve ser varrido do mapa político brasileiro”, defende o ex-prefeito.