Cleuza Penha deixa aqui o coração paranavaiense
Cleuza Cyrino Penha, professora aposentada, 88 anos. Mas, pode chamar de Tia Cleuza.
É assim, de forma simples, que a Tia Cleuza está no coração de tanta gente de Paranavaí. Como define, também seu coração continuará na cidade que a acolheu.
Uma via de mão dupla, resposta a tanto amor e dedicação trocados desde 1960, quando chegou nesta terra em companhia do marido, empresário Boulivar Penha, falecido em 2004. Tia Cleuza está de mudança para Belo Horizonte – MG, embarcando no final de semana.
Na tarde desta quarta-feira, ela recebeu a reportagem para um bate-papo e falar das lembranças. Sobre a trajetória, não teve dúvidas ao lembrar o momento mais importante: a inauguração da Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, onde prestou serviços como voluntária.
Tia Cleuza foi militante no movimento classista. Por muitos anos integrou a direção da Aciap – Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí, atuando fortemente no Conselho da Mulher Empresária.
Uma trajetória marcante também no Rotary Club, onde foi sócia e voluntária de primeira hora. Na Associação de Senhoras de Rotarianos desempenhou várias obras de caráter social. Também o marido, empresário Boulivar Penha, se destacou no movimento rotário, chegando a governador do Distrito 4630.
POESIA – Amiga das letras e das causas sociais, Tia Cleuza conseguiu conciliar as duas paixões. Escreveu 19 livros de poesia com apoio da Fundação Cultural. Toda a renda com a venda das publicações destinou para obras sociais na Vila Operária. Não por acaso, é sempre recebida com festa no bairro, sobretudo, pelas crianças.
No “até logo”, Tia Cleuza elogiou a cidade. Cita o desenvolvimento econômico e social desde a década de 1960. Muita coisa mudou para melhor, analisa, opinando que cada agente público fez uma parte importante para o progresso local.
Por fim, um agradecimento ao Jornal Diário do Noroeste. Nas palavras da poetiza, o DN sempre deu espaço para suas publicações, sem contar as demonstrações de afeto “desde os tempos do seu Euclides” (Euclides Bogoni, diretor do DN, falecido em 22 de junho de 2016).
Antes da despedida, Tia Cleuza informa que vai morar em BH com o filho Ulisses Cyrino Penha, geólogo e professor universitário. Para finalizar, presenteia a equipe de reportagem com o livro “Poetizando a Vida” e faz um pedido singelo: Coloca a reportagem em um local sem muito destaque.
– Pedido atendido, Tia Cleuza. Boa viagem.