Consumo, investimentos e oportunidades

Rogério J. Lorenzetti*

Desde pequeno ouço das pessoas próximas que "a economia é a base da prosperidade". Pessoas prevenidas sempre guardam recursos para os períodos mais difíceis, o que é um hábito saudável e importante para fazer frente às surpresas (nem sempre agradáveis) que a vida nos reserva.
O povo brasileiro não é muito dado a poupar dinheiro (até porque ter acesso a bens de consumo é importante), embora ultimamente muitas pessoas tenham mudado este comportamento, buscando fazer reservas financeiras para alguma eventualidade relacionada à perda de renda. Como a economia começa a andar (compra de bens e uso de serviços melhoram), iniciamos um novo ciclo de prosperidade muito importante para o país.
Temos uma nova geração saindo em busca de oportunidades e o Brasil tem que se mostrar viável, sob pena de perdermos muitos jovens profissionais qualificados para os países cujas economias dispõem de vagas de trabalho e salários compatíveis com as suas expectativas.
Um país que perde jovens é candidato a ter problemas sérios no futuro. Nossa grande riqueza são eles e devemos nos mostrar viáveis economicamente e estruturalmente dando as devidas condições para que eles possam sonhar e buscar suas realizações profissionais e pessoais no Brasil que queremos, livre da corrupção e da má gestão dos escassos recursos públicos que dispomos para fazer frente às necessidades da população.
Claro que as condições são outras, o país mudou, mas a minha geração teve condições de crescer e buscar suas realizações no tempo certo. Privar os jovens desta possibilidade é incentivar o descrédito e a desesperança entre eles, com péssimos resultados na sua formação.
Uma imagem que me impressionou muito, quando da última rebelião na nossa cadeia pública, foi ver que a grande maioria dos presos eram jovens, não demonstrando ter mais que trinta anos, alguns recém-saídos da puberdade. Mostram a falência da nossa sociedade na questão ética e educacional (além do péssimo exemplo de algumas autoridades), com grande risco à segurança das pessoas e empresas.
Temos que buscar um legado positivo, sob pena de perdermos o que temos de melhor entre nós. A falta de perspectivas tem produzido desastres mundo afora, que resultam em guerras, terrorismo e sofrimento para a humanidade.
Nosso país tem se mantido a duras penas como uma nação aberta e solidária, mas para conservar o que temos de melhor devemos investir na juventude e no desenvolvimento, com as devidas mudanças nos rumos e nos procedimentos dos futuros governos nacionais.

*Rogério J. Lorenzetti, ex-prefeito de Paranavaí, período de 2009/2016