A VIDA AGITADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Todos sabemos que uma das doenças que mais afeta as pessoas hoje é a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), assim denominada por Augusto Cury. As pessoas dormem pensando no que fazer no dia seguinte; acordam preocupadas, agitadas, às pressas. Quantos de nós levantamos calmamente, tira pelo menos dez minutos para uma meditação, uma oração de sintonia consigo e com o Criador? Iniciamos o dia querendo fazer mais de uma coisa, gerando imediatamente outra das doenças mais comuns: a ansiedade. Pais andam tão agitados pelo que fazer que deixam de curtir seus filhos, de acompanhar o crescimento, a evolução e quando percebem já “voaram” e ficam se perguntando, como assim? Casais não conseguem viver a beleza do amor que os uniu, tirar tempo para um programa de lazer, um filme, um passeio, um bate-papo, brincar juntos. Só se escuta: não posso, preciso ainda fazer isso ou aquilo, estou cansado… O que mais se escuta é que o tempo voa, parece que os dias estão mais curtos, o ano já está no fim, etc. Não vemos o tempo passar, não vemos os filhos crescerem, não vemos o amor acabar, não vemos a saúde indo embora. Quando acordamos já estamos doentes, sozinhos, cansados, tristes, vazios e com uma sensação de que a vida passou e não foi vivida. Aprender a viver bem cada momento, como sendo um presente que nos foi dado por Alguém que nos ama muito. Viver unicamente do AGORA, como dizia Jesus: “Basta as preocupações de cada dia”. Colocar na lista das atividades diárias o tempo para as pessoas que vivem conosco, o tempo para os amigos, para alimentar-se espiritualmente, para cuidar do corpo, da mente, do intelectual, do lúdico, do social, etc. Hoje desperdiçamos muito tempo nas redes sociais! Tem gente que diz não ter tempo para nada, mas para as redes sociais sempre consegue. Além da vida agitada muitas pessoas ainda ficaram escravas da Internet. E aí se desenvolve um culto ao EGO. Quem já fez um retiro de três dias, uma semana ou se retirou de tudo para um encontro consigo, com o outro e com Deus volta renovado, olhando a vida com outros olhos. Pena que logo voltam ao ritmo acelerado e aquela energia renovada deixou de ser abastecida corretamente e o “pote” logo se esvazia. Um grande desafio dos nossos tempos é desacelerar a vida. Caso contrário, vamos continuar tendo pessoas cada vez mais doentes, mais vazias, mais sujeitas e submissas, menos donas de si. Vamos fazer do meu momento presente o mais especial da minha vida. Parar com isso de depois, depois, depois. Depois a vida passou. Como aquela senhora que veio a falecer. O marido vai buscar uma roupa para vesti-la e abre a gaveta e encontra uma peça especial, finíssima, comprada numa viagem do casal e guardada para uma ocasião especial. Ele lamentou muito que essa ocasião veio com a morte e seria a última chance de usar, mas que sem sentido. Quantas coisas na nossa vida estão sendo adiadas e deixadas para depois. Até mesmo um telefonema para um amigo e dizer que o ama; uma visita àquela pessoa doente. Quantos se lamentam no enterro de uma pessoa querida e diz: “pensei muitas vezes em visitar e não fui”. Minha mãe sempre dizia: “Me visitem enquanto estou viva, porque depois me visitar no cemitério não faz diferença para mim”. O segredo é curtir a vida em sua plenitude, cuidando das coisas grandes, daquilo que dá sentido ao viver. Como aquele professor que entrou na sala e colocou um vaso diante dos alunos. Pegou pedras grandes e colocou dentro até encher e mostrou aos alunos, perguntando: “O vaso está cheio?” Sim responderam todos. Então pegou pedrinhas e derramou dentro. Perguntou novamente e todos disseram que o vaso estava cheio. Pegou, então, areia e jogou dentro de caso. Novamente todos disseram que o vaso estava cheio. Por fim, derramou água dentro. Fez a pergunta para os alunos sobre o significado de tal exercício. Cada uma foi dando sua opinião. Ele resumiu dizendo: “Se primeiro não colocarmos as pedras grandes, algumas ficarão fora do vaso”. Você já pensou quais são essas pedras grandes que nunca podem faltar na sua vida, pois são elas que dão o sentido de viver?
Colaboração de Josué Ghizoni