BULLYING
Bullying é um termo da língua inglesa que significa valentão, brigão e se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, com o objetivo de humilhar, maltratar, ameaçar, oprimir, etc. É exercido por um ou mais indivíduos, acompanhado, normalmente, por uma platéia que aplaude ou se cala por medo de ser a próxima vítima. Para ser caracterizado como bullying é necessário: a intenção do autor ou autores em ferir a pessoa, a repetição da agressão, uma platéia expectadora e a concordância da pessoa com relação à ofensa. O bullying é uma das formas de violência que mais cresce no mundo, porque ela tem a mesma gravidade quando for física ou verbal. Quando se começou a usar o termo e tratar o problema, o foco era na escola, principalmente entre os alunos da 5ª e 6ª série. Porém, cada vem mais cedo começa o problema, atingindo crianças de cinco ou seis anos de idade, se estendendo na adolescência, juventude e fase adulta. O problema acontece nas escolas, colégios, faculdades, empresas e, acreditem, nas famílias. Um elemento que, aparentemente, pode ser uma simples brincadeira, mas revela igual agressividade: o apelido. Têm apelidos que não são ofensivos, mas a maioria revela um aspecto humilhante. Conto aqui uma experiência vivida na pele. Em 1968, quando entrei no Seminário, no momento que entrei, no primeiro dia, logo na chegada, as boas vindas dadas por um grupo, foi de me colocarem um apelido, que não faço nenhuma questão de revelar, mas muito ofensivo e que foi usado para praticarem o bullying, a ponto de não aguentar mais e tive de recorrer ao Reitor do Seminário, dizendo que estava disposto a ir embora se as coisas não mudassem. Ele chamou a atenção do grupo agressor e daí em diante pude viver mais em paz. Quem são essas pessoas praticantes do bullying? São pessoas que possuem baixa autoestima e precisam mostrar-se “valentões” ou “valentonas”, com pouca capacidade de aceitação do diferente, logo com acentuado preconceito, tanto que alguns dizem que o bullying é filho do preconceito; possuem familiar desestruturados, com pobreza de relacionamentos sadios, carências afetivas e até com experiências de bullying dentro de casa por parte do pai ou da mãe. Marido machão que humilha a esposa e filhos está criando, potencialmente, filhos agressores. Quem é o alvo de bullying? O alvo costuma ser o diferente: a criança tímida, a bonita, a inteligente, o que possui baixa autoestima, o retraído tanto dentro como fora de casa, o que não se enquadra nos padrões comuns, por exemplo os homossexuais, como tem sido os negros. Também os que possuem alguma deficiência física são alvo, os gordos (as), os que seguem determinados princípios éticos ou religiosos. Um aspecto importante sobre os agressores, olhando pelo lado da parapsicologia. O que motiva a agredir o outro ou outra é que eles se revelam como espelho. Como os semelhantes se atraem, algo em mim está incomodando aquela pessoa. Devido sua incapacidade de empatia, de aceitação, parte para a agressão: “quebrar o espelho” para que não reflita o problema dele. Quais são as consequências para quem sofre o bullying? Se forem crianças ou adolescentes, podem se tornar adultos com baixa autoestima, inseguros diante de uma oportunidade para se destacar, podem ter sérios problemas de relacionamentos. O aluno começa a não querer mais ir para a escola, começa a se isolar, notas baixam… Quando se trata de jovens ou adultos, alguns entram em depressão e podem chegar até ao suicídio. O que os pais precisam saber ou ficar atentos? Prestar muito atenção se o filho ou filha manifesta alguma mudança no comportamento. Pode começar a se fechar em casa, se isolar, fica mais triste, as notas baixam, não quer ir para a escola, pode chegar em casa com sinais de agressão física. A mãe Juce Lopes, conhecida como Dra Bullying, por sua luta voluntária de combate ao bullying, uma vez que seu filho passou por isso, conta que o primeiro sinal foi a queda de cabelo do filho aos doze anos e esse já era consequência do estresse vivido pelo filho. Os pais precisam ir até a escola mais vezes, acompanhar de perto os filhos. Pode ser que seu filho ou filha não seja a vítima, mas o agressor. Infelizmente, os pais dos agressores, na sua grande maioria, não admitem que o filho ou filha sejam praticantes do bullying. Uma atitude imediata e cobrar da escola uma ação rápida e eficaz. Depois acolher o filho vítima ou agressor e procurar ajuda, pois os dois estão precisando de cura. Existe hoje o Cyberbullying, o bullying virtual. Ele é até mais agressivo e destruidor que o presencial. Aqui no virtual o agressor não apresenta a cara e a vítima não tem noção do tamanho da platéia. Quanto já se espalhou? Como combater? Por isso, senhores pais, educadores, mais atenção às redes sociais. Filhos que passam horas na internet, o que estão postando? Não importa como é praticada a agressão, considerada bullying, o que se exige é uma imediata intervenção dos superiores ou responsáveis: pais, professores, chefes, patrões, diretores… A Lei que estabelece o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o Brasil entrou em vigor em novembro de 2015. A nova norma caracteriza claramente as situações de agressão física, psicológica e moral que podem ser consideradas bullying e estabelece regras para definir casos de intimidação realizados por meio da internet. A Lei nº 13.185 determina que será considerada intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Colaboração de Josué Ghizoni