A cada sete moradores um teve dengue em 2015

São João do Caiuá vive a pior epidemia de dengue da região neste início de ano. São 863 casos entre 1º de janeiro e 03 de março de 2015. Na prática, significa que um a cada sete moradores contraiu a doença e foi notificado. A cidade tem pelos dados atualizados 6.051 habitantes.
Conforme dados do Sinan – Sistema de Informação – do Ministério da Saúde – são 754 notificações. Como o município tem mais 109 fichas para registrar, a cidade atinge as 863 constatações. As informações foram prestadas ao DN pelo enfermeiro do município, Magno Cezar Zonta.
Ele detalha que 90% das fichas lançadas tiveram conclusões como clínico epidemiológico de dengue. Por isso, conclui, a cidade vive epidemia, tomando como parâmetro as orientações da 14ª Regional de Saúde. O Ministério da Saúde considera epidemia a incidência de 100 casos para 100 mil habitantes, levando em conta a proporção do número de moradores de cada cidade.
Com tantos casos acontecendo em tão curto espaço de tempo, o exame deixa de ser critério para confirmar a dengue. Isso porque a constatação pode ser feita pelo médico, com base nos sintomas. Trata-se, portanto, de um diagnóstico clínico.
Recentemente o coordenador da Vigilância Sanitária da 14ª Regional, Valter Sordi Júnior, lembrou que o grande número de positivo nos exames, aliada à larga escala dos registros, permite tal constatação clínica, admitida pelo ministério da Saúde. São feitos exames em 10 a 20% dos casos, incluindo todos que se agravam ou que são hospitalizados.
MELHORANDO – Apesar de liderar as estatísticas, o cenário já foi pior em São João do Caiuá, como informa o secretário de Saúde Francisco Marinho Andrade Filho. Ele comenta que atualmente são registrados entre 02 ou 03 casos por dia. Essa marca já foi superior a 50 novos registros diários.
O secretário complementa que muitos pacientes que procuram atendimento nos últimos dias são diagnosticados com virose, embora alguns sintomas se confundam com dengue. A cidade teve uma morte por dengue no início do ano.
MEDIDAS – O município continua fazendo a limpeza da cidade através de empresa terceirizada. Mas, ainda há trabalho por fazer. O vereador Josué Barbosa de Andrade entrou em contato com o DN, quando reforçou as preocupações, sobretudo, com a limpeza das bocas de lobo.
Por outro lado, o morador que negligenciar os cuidados nas casas é passível de multas. A orientação, diz Francisco Andrade, é que ao encontrar água parada o agente faça a notificação. Se em 10 dias não for solucionado, o morador recebe multa de mais de R$ 200,00. O valor dobra em caso de reincidência.
OUTRAS CIDADES – Embora seja o caso mais preocupante no momento, São João do Caiuá não é a única em epidemia. Loanda contabilizou 485 notificações até 26 de fevereiro. Destes, 203 foram positivos em testes de laboratório. A cidade tem 22.288 moradores.
São Pedro do Paraná e Itaúna do Sul viviam situação de epidemia, mas, conforme a regional de Saúde, conseguiram superar o período mais crítico. Por outro lado, embora ainda não caracterizadas em epidemia, Santo Antônio do Caiuá e Diamante do Norte vivem situações preocupantes.
Uma solução duradoura passa por engajamento do poder público e participação popular. Isso porque a única maneira de evitar novos surtos de dengue é eliminar a água parada e, por consequência, o desenvolvimento do mosquito transmissor – Aedes Aegypti. A Região Noroeste apresenta cenário propício para o mosquito – temperatura alta e chuva constante.